2 de jul. de 2011

Aluno e Avaliação.

O segredo do sucesso para um aluno é autoavaliar-se constantemente. Há alunos que, no momento em que estão sendo avaliados em sala de aula, em virtude de uma prova, consultam-se uns aos outros sempre; não adiantando ao professor pedir-lhes que respeitem a individualidade das avaliações; É-lhes tão somente pedido que reflitam sobre quem está avaliando quem. Quando não, demonstram o medo de uma nota negativa que os faz corromper seus próprios espíritos. Eles negam suas próprias capacidades ao consultarem um material de suporte contrário às regras da avaliação proposta. Estão cegos, e não importa o quanto se lhes chama à atenção, só vêem a necessidade do saldo positivo de uma nota auferida a baixo custo: a trapaça. Em regra, os alunos se põem a sonhar que são os super-homens, e que não podem ser derrotados pela sua criatividade em burlar os métodos avaliativos; mas esquecem que o sonho não contempla a vida real. No dia em que acordarem, não terão engendrado nenhum recurso disponível que possa enganar os seus avaliadores. Só aí, verão que estão sendo avaliados pelo que são e não pelo que sonharam ser. Será nessa hora que suas faculdades serão testadas; a criptonita será lançada, e ficará apto aquele que nunca teve a ilusão do super-homem. Para fazer-se ser, basta olhar-se no espelho e dizer para a imagem refletida: "eu posso, eu quero"; só assim, garantir-se-á o locutor o estímulo necessário para se autorealizar.
Quando um aluno recebe o "feedback" de sua avaliação, terá na conta a qualidade do seu desempenho que, se negativa ou positiva, intenta desenvolver nele uma atitude de promover suas habilidades. A ideia é sempre potencializar e desafiar os limites de suas faculdades. Não se pode querer estagnar numa zona de conforto: "uso 10% da minha inteligência, e só isso me basta para viver". Essa ideia é aterrorizante, pois trabalha a involução psicológica do homem. E todos sabem que o homem foi programado para evoluir; nesse caso,o aluno também.
Todo professor entende os motivos que levam os alunos a fraudar sua própria psiquê: uns têm muito trabalho e mal reservam tempo para aproveitar as oito horas de sono recomendadas pelos médicos, por isso justificam a sua total falta de cooperação e obrigação às recomendações passadas pelo professor de estudar, não só dentro, como, também, fora da instituição de ensino; outros crêem que não há razão alguma para dedicar-se aos estudos, sendo o mais importante a aquisição de um certificado que lhes garantirá um acesso fácil ao mercado de trabalho. - Tal ingenuidade é tão forte que, se fosse essa a solução, por que não comprarem logo um certificado? Ficaria muito mais rentável, quanto ao tempo e dinheiro aplicados -. O aluno investe muito tempo no seu ensino: sai de casa, enfrenta intempéries, e faz de tudo para chegar à sua instituição. No começo, demonstrando certa ganância pelo aprendizado; depois, esquecendo o motivo de sua existência no espaço de ensino, e que o objetivo de sua presença é aprender a aprender, a todo o custo, mesmo que sacrificando algumas horas do sono, ou outras do trabalho, ou outras do lazer; e se refazer como indivíduo que se permite moldar pelos ditames do seu código genético: a evolução.
O professor pode descambar à ignorância quando vê o seu trabalho desmerecido, depois de todo o seu esforço aplicado há anos de comprometimento com a aquisição de conhecimento e de seu compartilhamento. Ele tenta de tudo para promover sempre o fomento e a qualidade dos seus ensinamentos, mas pode, por todos os estimulos negativos enviados pelos alunos, desenvolver um certo bloqueio, um travamento psicológico que o faz parar, simplesmente, de evoluir. Quando isso acontece, a teoria do dominó entra em ação e tudo o mais começa a perder a qualidade: o professor, o aluno, a instituição.
 
Sérgio Ventura.