Eu te amo.
Eu amo como ama o amor, sem delicadezas nem insultos; simplesmente suave, respeitoso, conciso.
Não há fórmulas mágicas. O que o sentido pede, o corpo obedece. Se me beliscam, sinto; e sinto dor. Se te encostas em mim, sinto; e sinto prazer. Mesmo quando penso em ti, os meus neurónios repassam as mesmas informações aos meus sentidos, e assim sinto, e sinto o prazer de pensar em ti.
Sou amante dos meus sentidos, e eles ou me amam ou me odeiam. Não sinto beliscadas contigo, e ainda que as sentisse, seriam como cócegas que me causariam arrepios e sorrisos e gargalhadas de prazer.
Amo tudo o que me ativa funções sensório-motoras positivas: um sorriso ou um beijo; um sussurro ou um grito; um toque macio ou um forte arranhão; um beijo molhado curto, seco longo ou linguoprofundo, não importa. Vindo de ti, é sensação, é prazer, é amoroso.
Sou amante dos meus sentidos quando me disponho para ti, pois tudo o que é feito de sensação é prazer, e tu és pura sensação; logo, és puro prazer. O meu prazer, o meu amor.
Sérgio Ventura.