7 de dez. de 2011

O amor e os sentidos.

Eu te amo.

Eu amo como ama o amor, sem delicadezas nem insultos; simplesmente suave, respeitoso, conciso.

Não há fórmulas mágicas. O que o sentido pede, o corpo obedece. Se me beliscam, sinto; e sinto dor. Se te encostas em mim, sinto; e sinto prazer. Mesmo quando penso em ti, os meus neurónios repassam as mesmas informações aos meus sentidos, e assim sinto, e sinto o prazer de pensar em ti.

Sou amante dos meus sentidos, e eles ou me amam ou me odeiam. Não sinto beliscadas contigo, e ainda que as sentisse, seriam como cócegas que me causariam arrepios e sorrisos e gargalhadas de prazer.

Amo tudo o que me ativa funções sensório-motoras positivas: um sorriso ou um beijo; um sussurro ou um grito; um toque macio ou um forte arranhão; um beijo molhado curto, seco longo ou linguoprofundo, não importa. Vindo de ti, é sensação, é prazer, é amoroso.

Sou amante dos meus sentidos quando me disponho para ti, pois tudo o que é feito de sensação é prazer, e tu és pura sensação; logo, és puro prazer. O meu prazer, o meu amor.

 

Sérgio Ventura.

Lá e cá.

Já não há poeira nos meus pulmões nem graxa diária nos meus sapatos; não há desinteresse, frustrações nem almas iludidas por um sotaque mal articulado; não há privacidade invadida nem amigos no portão da rua esperando convite para entrar em casa que não me pertence; não há dinheiro sendo jogado na latrina; não há mais refeições mal higienizadas nos restaurantes de merda praticando preços triplicados que nem os melhores restaurantes de primeira classe dos países de primeiro mundo praticam; um banho por dia é passado; energia elétrica uma vez por semana é passado; já não há reclamações diárias. O que há é o conforto. Uma casa própria, limpa, com água e luz acessíveis 24 horas por dia, 364 dias por ano – um dia dispensado ao apagão geral –. Banhos incontáveis por dia, piscina, banheira, chuveiro com água límpida e quente. Os meus sapatos não reclamam mais a graxa de petróleo todos os dias, – e duvido que algum dia reclamem aqui –, as roupas têm um cheiro diferente – deve ser da água, outra vez –; os meus amigos entram e saem, esperneiam, deitam-se, dormem, bagunçam a casa toda, bebem, embriagam-se, comem, esparramam-se pelo chão, sofá, cama, fazem barulho, divertem-se entre gritos e sorrisos, gargalhadas e suspiros, e quando vão embora, eu sinto saudades, e desejo que eles voltem o quanto antes para fazer a mesma coisa. Têm toda a liberdade que não pude ter onde me hospedava. As refeições são uma maravilha, – até as mais simples –, têm um sabor inquestionável, inegável, imprescindível ao palato. O coração não se sente mais só; as alegrias são constantes, as ideias são diferentes, os desafios são outros, compatíveis com a minha força e com a minha segurança. Lá onde me dispus por muito tempo, os dias não passavam sem que eu me sentisse infeliz; aqui onde estou, não há dia que passe em que a felicidade não reine na sua constância na minha consciência.

 

Sérgio Ventura.

5 de nov. de 2011

Estradas mal paradas.

Quero estar adormecido na estrada da vida por estar cansado de andar e pisar sempre em falso, sempre descalço. Já há tempo doem-me as feridas causadas por ruas mal aplainadas, e o jazido sangue todo diminuído do corpo, despojos dos caminhos mal traçados; eu, pisante, andante, imparável; nômade; lobrigado a escolher a cada instante, entre cruzamentos, a direção certa – porque parado e traçado, só mesmo o destino –. Farto, instigo os instintos ao fim do meu caos, porque se todas as estradas, ruas, caminhos, direções, destinos têm fim, que os sejam agora o meu.

Sérgio Ventura.

23 de out. de 2011

Minha ilusão conquistada

Minha ilusão conquistada (em construção)
Percorri toda a minha vida achando que não encontraria alguém com quem pudesse compartilhar os meus segredos, as minhas emoções. Estava enganado, pois no dia em que menos esperava uma figura se apoderou dos meus sentidos. Não se comparava as figuras do meu cotidiano. Tinha algo diferente. Aqueles olhos... castanhos claros brilhando e reluzindo a esperança outrora perdida. Entrecruzados, os olhos repetiam movimentos descontínuos de dois seres procurando significados nas insignificâncias de suas vidas. Mágico. Foi o momento de enlace. A sede que alimentava os problemas de ambos sendo saciada pela correspondência inacreditável entre os dois seres. Eu... fiquei extasiado. Não havia experimentado tanta paixão, tanta intensidade nos jogos sinestésicos. O toque, o beijo, o grito. Sim, o grito à liberdade, à expurgação, à catarses, à conquista. Um encontro platônico entre dois que se uniram em prol de um sentimento: a paixão, o amor.

Sérgio Ventura.

15 de out. de 2011

Amamo-nos?

 

By Sérgio Ventura

- Se eu te amo? Que pergunta!… Claro que não!!!

- como assim, amor?!!! Como você não me ama?! Então por que estamos juntos todo esse tempo?!

- Dize-me tu isto.

- se o preferires!… és muito bom na cama, e não me faz mal o teu dinheiro.

- É verdade!... a propósito… se queres mesmo saber por que estamos juntos, eu digo-te… estou contigo porque me sais mais barata do que uma puta. Tenho-te sempre que quero e fazes tudo o que gosto. Pago-te uma mensalidade estúpida se comparada ao salário que pagaria a uma massagista, empregada doméstica integral, cozinheira e faxineira, modelo de plantão, contabilista, gerente e outras mais funções que possas imaginar. Com o que ganho, não poderia pagar tantos funcionários… faço-o a ti, e somente me permito estar porque me és viavelmente económica. Queres que continue?

- Não, meu amorzão, peço perdão por fazer as perguntas certas… às vezes esqueço-me que se é mais feliz acreditando na ilusão… a propósito, como estamos financeiramente?

- muito bem meu amor, a cotação da bolsa está favorável… triplicaremos nossos bens… isso deixa-te feliz?!

- Rsrsrs!

Sérgio Ventura.

7 de out. de 2011

Terra mia!

De um lado, terra;
De outro, terra;
Entre um e outro, mar.
 
Uma ponte única: o sentimento;
Um desejo premente: o amor;
O sonho ansioso: a união.
Sendo arquiteto, um barco;
Sendo marinheiro, o domínio;
Sendo amante, amada;
 
Toda a hora, você;
Toda a vida, você;
E a eternidade? Você!
 
Sérgio Ventura

24 de jul. de 2011

Páginas em Branco

Páginas da minha vida. Uma a uma sendo folheadas. O que procuro, não sei ao certo. Mas as folheio. E entre frases discorridas, nada encontro. Nesse ato, começo a reviver cada oração lida, e estranho um meu ser aí tão bem exposto. Não! "Seria eu espelhado nesse mural tão contrário a mim?" Duvido… e continuo. Releio nessas páginas a conquista de sentidos extraordinários: prazer e felicidade frequentes; um mundo prezado; o mundo por que busco alcançar. E estranho nessas páginas esse mundo esquecido que eu já vivera. Outra vez, os traçados escritos correndo, folha a folha, e o meu sorriso desenvolvido. Mas… na página seguinte... Branco; outra... branco. Estranho. Ouras mil em branco e... só aí me reconheço... nas páginas em branco.

Sérgio Ventura

19 de jul. de 2011

Prosa de poesia!

E SE...

...e se eu morresse agora
o que dirias do verbo não dito?
o que faria com o verso escrito?
o que seria do nosso meu em ti?
o farias com o meu seu em si ?
diz agora, sem constrangimento...
antes que tarde seja!
antes e sem demora,
vem me abraça e me beija
aproveita o sabor desse vento!
que já te espero há horas...

De: Lena Ferreira

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Resposta ao poema “E Se…”


Ao verbo não dito
O melhor do meu silêncio
Ao verso tão bem escrito
Lendo-o, faço-o um vício
Do seu nosso dito
Em mim, o dobro de brio
O seu meu? nunca morto!
Penso-a com acerto
Dois amores em cheio
Um do outro, relicário
Buscando o beijo perfeito
Que ao levar-me ao leito
Preenche todo o vazio
Das recordações que crio.

De: Sérgio Ventura

Publicado no facebook: https://www.facebook.com/groups/textualidade?view=permalink&id=238421839521194

17 de jul. de 2011

Letras em frangalhos.

 

life

Parei de escrever há um tempo. Não lembro quando nem o que escrevi pela última vez. A palavra escrita já há muito não alimenta a minha alma. Estou desconfiado mesmo que se tenha zangado comigo. Antes, dormia e acordava com ela e por ela; nada fazia que não a tivesse como companhia. Hoje… só solidão!

Acordo pela manhã sedento para expressar um sonho lindo emocionante… mas fogem-me as letras; por onde se escondem não sei; apenas que o sonho não pode ser expresso e compartilhado com uma folha que de branco já vira amarelada de tanto que não é usada. Eu e a folha fomos alvos de traição. Os sons do meu mundo não querem mais se transformar em grafemas, nem esses em vocábulos alinhados em frases mal codificadas. Meu mundo está se apagando porque não pode ser mais expresso por palavras escritas.

- E se eu pudesse compartilhar oralmente tudo o que sonho e todo o meu mundo? Seria possível!?... Não. - No meu mundo, só existo. Não há pessoas que possam compartilhá-lo comigo. Meu único intermediário eram os escritos que minh’alma fabricava. Eram os que me conectavam ao mundo real. Sem eles, foi-se o real, foi-se o mundo.

Estando eu separado das letras, fica o mundo sem dono e, real ou fictício, fica o mundo sem governo; estando eu separado do mundo, ficam as letras sem dono. Estando as letras e o mundo separadas de mim, fico eu sem definição, sem existencia. Uma vez que as letras acordam para a existencia o mundo, acordam-me a mim o mundo à existencia das letras. Se por elas vivo e vive o mundo, sem elas o mundo vivo em mim morre.

Sérgio Ventura.

6 de jul. de 2011

História do Sujeito Leitor - Resenha Crítica

Tendo como base o texto de Orlandi, em “A história do sujeito leitor: uma questão para a leitura”, viemos aduzir algumas reflexões quanto às questões propostas pelo texto.
A leitura é um ato de decodificar, interpretar, entender, dar sentido, tanto ao texto quanto ao mundo que nos rodeia. Ler, para alguns, significa soletrar, “agrupar as letras em sílabas”, colher, buscar sentidos no interior do texto ou mesmo roubar, já que o leitor tem a possibilidade de retirar do texto sentidos que estavam ocultos. O leitor cria até significados que, em princípio, não tinha autorização para construir. A questão que Orlandi propõe é justamente quanto à construção do significado. Quem o constrói e como é constituído. Sua assertiva é que toda leitura é produzida, e seu modo de produção efetivo depende tanto da história do leitor quanto da história da própria leitura. A tese principal, já que a leitura é intimamente ligada ao discurso de uma sociedade, implica à autoridade do estado sobre as formas de conhecimento dos textos escritos. O estado, ora denominado, é a instituição ou escola que leva ao aluno as novas formas do conhecimento escrito do texto literário. Orlandi questiona a qualidade e infalibilidade que a instituição presta ao aluno sobre a leitura. Para tal, cita as formas de reducionismos lingüísticos, pedagógicos e sociais, que excluem os conhecimentos prévios que o aluno traz, entre outras formas de linguagem, e de seu ambiente natural. E o que Fávero replica: “a compreensão de um texto é um processo que se realiza pela ativação do conhecimento prévio, isto é, a memória, onde estão guardados nossos conhecimentos”, responsáveis pela maneira como identificamos e/ ou interpretamos o texto. O aluno quando chega à escola traz consigo suas experiências sobre a linguagem, a fala, a forma como interpreta e produz a realidade. Dado esse fato, a escola ignora o conhecimento prévio do aluno e o molda conforme suas políticas pedagógicas.
Tratando da história de leitura do leitor e seu conhecimento prévio de mundo, Fávero informa: “como as pessoas sabem o que acontece no texto é um caso particular da questão de como as pessoas sabem o que acontece no mundo”. Essa sentença reflete também a história da leitura do texto, porque, segundo a teoria da enunciação, a intenção do falante (escritor) antecipa a interpretação do destinatário (leitor) que, ao mesmo tempo, reconstrói a intenção e/ ou informação pragmática do falante (escritor). A relação de interpretação do sujeito-leitor com o texto depende dos significados construídos pela história. Sua produção é sócio-histórica e contextual. Por esse motivo, a instituição tem o objetivo de resgatar esses sentidos, a maioria apagados pelo tempo, e reportá-los aos alunos para que uma interpretação mais verossímil se faça. O problema está na perspectiva diacrônica desses sentidos. O tempo distancia-os de seus referentes no texto. Por exemplo, “quando os exércitos dos(as) cruzados(as) pilhavam as terras muçulmanas, declaravam seus submetidos como impuros. Como contrapartida, certo povo formou um pequeno e mortífero exército para se defender. Esses exércitos ganharam fama na região e ficaram conhecidos como protetores – eram hábeis carrascos e trucidavam o inimigo onde quer que o encontrassem. Eram afamados não só por seus extermínios brutais, como por celebrá-los, entregando-se ao entorpecimento causado pelo uso de drogas. Uma das drogas mais utilizadas era o hashish, ou haxixe [em português]. À medida que sua notoriedade se espalhava, esses homens letais começaram a ser conhecidos por uma única denominação. Hassassin – literalmente, “os adeptos do haxixe”. O nome hassassin tornou-se sinônimo de morte em quase todas as línguas. A palavra ainda é usada hoje. Mas assim como a arte de matar, a palavra também evoluiu. Hoje se pronuncia assassino”. Esse notório distanciamento do signo linguístico é o principal obstáculo para a construção do que Orlandi chama de leituras parafrásticas ou polissêmicas. Dada a composição e globalização dos sentidos, os alunos vêem-se mais propensos a realizar leituras parafrásticas, ou seja, leituras cuja interpretação produz o mesmo sentido sob várias formas, ao contrário da leitura polissêmica que produz sentidos diferentes, e é, sem contradições, a adaptação de uma realidade, causa dos distanciamentos supracitados. Então, como definir um texto como legível se o seu referente idôneo não é conhecido pelo aluno. Orlandi faz e reponde à pergunta, afirmando que “é a natureza da relação [sócio-histórico-ideológica] que alguém estabelece com o texto que está na base da caracterização da legibilidade”. (ORLANDI, 2006:8). A sociedade, a história, o discurso ou ideologia determinam a leitura do leitor, ou seja, a consciência não só nada pode explicar, mas ao contrário, deve ela própria ser explicada a partir do meio ideológico e social. (Bakhtin, 1995:35). Parte daí a explicação de Orlandi sobre o assujeitamento do leitor, dado que esse é determinado pela instituição, “o controle do sujeito pelo estado diminui a liberdade de modificar o que o texto diz”. O sujeito-leitor é um indivíduo circundado por um determinado grupo social que tem suas histórias, sua língua, sua cultura. Todo o seu comportamento, sua fala, seus valores, seus direitos e deveres, mesmo o seu pensamento e o seu lugar na sociedade são determinados pelas ideologias que comportam o grupo social. Fato que acaba originando a ilusão discursiva do sujeito. O sujeito-leitor vai “reproduzir discursos que a princípio parecem individuais, mas que são na verdade, são preexistentes à sua existência”. Pois, o ser humano já nasce inserido num conjunto social que reproduzirá e determinará nele, os discursos e as ideologias do seu ambiente.
Toda leitura depende dos seus elementos intertextuais. Quando se relaciona a compreensão da leitura à história da leitura do texto, interfere-se não só na produção do mesmo, mas na história de seu produtor, o escritor, suas fontes, e sua determinação sócio-histórica. O texto acaba sobrecarregando a visão de mundo num mesmo indivíduo. O todo existe nas suas partes, mas uma parte só é compreensível no todo. (Cassirer, Ernest apud Bakhtin, 1995:33). É difícil para o leitor reunir o todo, pois toda informação velha aparece-nos nova, com nova roupagem, nova visão, novos sentidos. Não é possível resgatar, para o sujeito-leitor, essas informações velhas, pois o ato de interpretar e dar sentido ao texto está intimamente ligado aos sentidos que o contexto social o propõem. Dessa forma, a realidade do sujeito-leitor funciona como uma chave que abre porta a porta as impressões e representações das leituras, dos textos. O pensamento não é senão esse poder de construir representações das coisas e de operar sobre essas representações. (BENVENISTE, 1976:29).
Como trabalhar com a questão da leitura parafrástica e a leitura polissêmica dentro da escola e como agir na escola em relação à formação do sujeito-leitor? São questões finais que Orlandi propõe e que poderiam ter a seguinte resposta: a leitura parafrástica é prática comum entre os alunos porque estão envolvidos numa sociedade de múltiplas linguagens, o processamento das informações, os novos meios de distribuição da informação à massa, a mídia eletrônica, o rádio, o jornal, a internet, a televisão, produzem sentidos que homogeneízam a representação do mundo, tornando-o vazio, desgastando o signo linguístico. Os referentes do texto se tornam tão ligados à atualidade social e à criatividade que a função de conotar, comutar e recriar as informações, atribuir sentidos inexistentes, num primeiro plano, ao texto, se torna escassa. O sujeito-leitor, que deveria ser agente e intérprete de sua leitura, atinge o grau-dez na reprodução da mensagem ou leitura parafrástica e o grau-zero na criação de sentidos, de inovação e adaptação da realidade, estando para sempre preso às ideologias, aos discursos e às realidades que a instituição o impõe.
Sérgio Ventura.
Indicação Bibliográfica:
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e Filosofia da Linguagem. 7. Ed. São Paulo: Hucitec, 1995.
BENVENISTE, Emile. Problemas de Linguística Geral I. Campinas: Pontes, 1995.
FÁVERO, L. L. Coesão e Coerências Textuais. 9. Ed. São Paulo: Ática, 2002.
Hassassin. Disponível em: <http://ocatatonico.blogspot.com/2008/05/hassassin.html>. Acesso em: 08 maio 2009.
NEVES, Maria H. de Moura. Gramática Funcional. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
ORLANDI, Eni Pulcinelli. Discurso e Leitura. 7. Ed. São Paulo: Cortês, 2006.

2 de jul. de 2011

Aluno e Avaliação.

O segredo do sucesso para um aluno é autoavaliar-se constantemente. Há alunos que, no momento em que estão sendo avaliados em sala de aula, em virtude de uma prova, consultam-se uns aos outros sempre; não adiantando ao professor pedir-lhes que respeitem a individualidade das avaliações; É-lhes tão somente pedido que reflitam sobre quem está avaliando quem. Quando não, demonstram o medo de uma nota negativa que os faz corromper seus próprios espíritos. Eles negam suas próprias capacidades ao consultarem um material de suporte contrário às regras da avaliação proposta. Estão cegos, e não importa o quanto se lhes chama à atenção, só vêem a necessidade do saldo positivo de uma nota auferida a baixo custo: a trapaça. Em regra, os alunos se põem a sonhar que são os super-homens, e que não podem ser derrotados pela sua criatividade em burlar os métodos avaliativos; mas esquecem que o sonho não contempla a vida real. No dia em que acordarem, não terão engendrado nenhum recurso disponível que possa enganar os seus avaliadores. Só aí, verão que estão sendo avaliados pelo que são e não pelo que sonharam ser. Será nessa hora que suas faculdades serão testadas; a criptonita será lançada, e ficará apto aquele que nunca teve a ilusão do super-homem. Para fazer-se ser, basta olhar-se no espelho e dizer para a imagem refletida: "eu posso, eu quero"; só assim, garantir-se-á o locutor o estímulo necessário para se autorealizar.
Quando um aluno recebe o "feedback" de sua avaliação, terá na conta a qualidade do seu desempenho que, se negativa ou positiva, intenta desenvolver nele uma atitude de promover suas habilidades. A ideia é sempre potencializar e desafiar os limites de suas faculdades. Não se pode querer estagnar numa zona de conforto: "uso 10% da minha inteligência, e só isso me basta para viver". Essa ideia é aterrorizante, pois trabalha a involução psicológica do homem. E todos sabem que o homem foi programado para evoluir; nesse caso,o aluno também.
Todo professor entende os motivos que levam os alunos a fraudar sua própria psiquê: uns têm muito trabalho e mal reservam tempo para aproveitar as oito horas de sono recomendadas pelos médicos, por isso justificam a sua total falta de cooperação e obrigação às recomendações passadas pelo professor de estudar, não só dentro, como, também, fora da instituição de ensino; outros crêem que não há razão alguma para dedicar-se aos estudos, sendo o mais importante a aquisição de um certificado que lhes garantirá um acesso fácil ao mercado de trabalho. - Tal ingenuidade é tão forte que, se fosse essa a solução, por que não comprarem logo um certificado? Ficaria muito mais rentável, quanto ao tempo e dinheiro aplicados -. O aluno investe muito tempo no seu ensino: sai de casa, enfrenta intempéries, e faz de tudo para chegar à sua instituição. No começo, demonstrando certa ganância pelo aprendizado; depois, esquecendo o motivo de sua existência no espaço de ensino, e que o objetivo de sua presença é aprender a aprender, a todo o custo, mesmo que sacrificando algumas horas do sono, ou outras do trabalho, ou outras do lazer; e se refazer como indivíduo que se permite moldar pelos ditames do seu código genético: a evolução.
O professor pode descambar à ignorância quando vê o seu trabalho desmerecido, depois de todo o seu esforço aplicado há anos de comprometimento com a aquisição de conhecimento e de seu compartilhamento. Ele tenta de tudo para promover sempre o fomento e a qualidade dos seus ensinamentos, mas pode, por todos os estimulos negativos enviados pelos alunos, desenvolver um certo bloqueio, um travamento psicológico que o faz parar, simplesmente, de evoluir. Quando isso acontece, a teoria do dominó entra em ação e tudo o mais começa a perder a qualidade: o professor, o aluno, a instituição.
 
Sérgio Ventura.

1 de jun. de 2011

Poeta esquecida.

rosa_no_chaoSou poeta esquecida, pisoteada pelo amor; ignorada pela vida. Sou poeta esquecida: sem inspiração e anseio. Sou poeta esquecida e a parte negra da vida: socorrida pela tristeza e acompanhada pela solidão. Sou tudo sem significado; insignificante, sou toda. Sou poeta esquecida, jogada à maré alta de desilusões. Sou poeta esquecida, feliz com todos, mas vivo sem ninguém; meu amigo é a saudade e meu companheiro de estrada é a solidão. Sou poeta esquecida, porém feliz com a vida. Ando e não sou notada; nada devo a ninguém, e a mim ninguém jamais cobrará. Sou poeta esquecida pelo amor e inspirada pela dor; meus caminhos são limpos e por ninguém foram traçados; minha caminhada, sei onde vai dar; meus pés estão limpos porque nem poeira na minha estrada encontrei. Meu destino é Deus; meu objetivo, a felicidade. Sou poeta esquecida pela humanidade cruel, e por isso descanso nas graças de meu pai celestial. Esquecida, sou poeta.

Ana Maria Santana

8 de mai. de 2011

LOVE ME TENDER

Love Me Tender

Elvis Presley

Composição : Elvis Presley / Vera Matson

Love Me Tender Me Ame Com Ternura

Love me tender, Me ame com ternura,

Love me sweet, Me ame com doçura,

Never let me go. Nunca me deixe partir.

You have made my life complete, Você tornou minha vida completa,

And i love you so. E eu te amo tanto.

Love me tender, Me ame com ternura,

Love me true, Me ame de verdade.

All my dreams fulfilled. Todos os meus sonhos realizados,

For my darlin' i love you, Porque, meu amor, eu amo você,

And i always will. E eu sempre amarei

Love me tender, Me ame com ternura,

Love me long, Me ame por muito tempo,

Take me to your heart. Leve-me ao seu coração,

For it's there that i belong, Pois é lá que eu pertenço,

And we'll never part. E nós nunca nos separaremos.

Love me tender, Me ame com ternura,

Love me true, Me ame, de verdade

All my dreams fulfilled. todos os meus sonhos realizados,

For my darlin' i love you, porque meu amor eu amo vc

And i always will. e eu sempre amarei

Love me tender, Me ame com ternura,

Love me dear, Me ame querida ,

Tell me you are mine. Diga-me que você é minha.

I'll be yours through all the years, Eu serei seu durante todos os anos,

Till the end of time. Até o final dos tempos.

Love me tender, Me ame com ternura,

Love me true, Me ame de verdade,

All my dreams fulfilled. Todos os meus sonhos realizados.

For my darlin' i love you, Porque meu amor eu amo você,

And i always will. E eu sempre amarei.

 

 

 

Eternamente apaixonado!

3 de mai. de 2011

Brigas nunca mais.

O negócio é amar.

O Negócio É Amar

Aline Muniz

Composição : Dolores Duran/Carlos Lyra.

Tem gente que ama e vive brigando
E depois que briga acaba voltando
Tem gente que canta porque está amando
Quem não tem amor leva a vida esperando

Uns amam pra frente e nunca se esquecem
Mas são tão pouquinhos que nem aparecem
Tem uns que são fracos, que dão pra beber
Outros fazem samba e adoram sofrer

Tem apaixonado que faz serenata
Tem amor de raça e amor vira-lata
Amor com champanhe, amor com cachaça
Amor nos iates, nos bancos de praça

Tem homem que briga pela bem amada
Tem mulher maluca que atura porrada
Tem quem ama tanto que até enlouquece
Tem quem dê a vida por quem não merece

Amores à vista, amores à prazo
Amor ciumento que só cria caso
Tem gente que jura que não volta mais,
Mas jura sabendo que não é capaz

Tem gente que escreve até poesia
E rima saudade com hipocrisia
Tem assunto à beça pra gente falar
Mas não interessa, o negócio é amar

2 de mai. de 2011

Peace of My Soul.

Meus amigos. São tantos os que um dia plantaram com seus corações uma linda semente que, linda, vingou e, criando raízes, penetrou-se toda em meu ser. Cada tentáculo inspirou-me e elevou-me ao mais alto grau de satisfação. Dessa satisfação, extraio hoje minha dependência emocional. Penso relembrando cada espaço preenchido com sua beleza avassaladora, e esqueço que um dia já foi vácuo o meu coração.

Depois de anos, extraída sua proximidade, reclama o coração a influência de braços, mãos, dedos outros que me sentiam algures sempre. Voo e voto pró regresso às anteriores lembranças reclamadas à realidade. Querendo-vos à pele minha, sinto-vos em mim a intensidade de uma única alma: minha raiz, “peace of my soul”... meus amigos!

 

Sérgio Ventura

21 de mar. de 2011

A piada da vida!

piada da vidaEstou um pouco desmotivado ultimamente. Chego até a achar que o mundo planejou uma conspiração contra a minha humilde pessoa. Vejam só o que aconteceu nas últimas semanas: Lá eu a planejar, uma semana antes, o meu aniversário, juntando grana pras cervejas, convidando a família e os amigos, pensando em gastar a grana toda no meu primeiro aniversário com a mamãe, e sabendo que nos dias seguintes começaria a trabalhar auferindo um bom salário, tudo numa perspectiva saudável, nada poderia dar errado. Mas... é exatamente isso que vocês estão pensando: “tudo deu errado”. Comecemos pelo começo: a grana! Bateram no meu carro um dia antes do meu “niver”, e nessa cidade de loucos onde ninguém anda à pé, tive que usá-la toda! Portanto, já era!!! Sem grana, sem cervejas; sem cervejas, nem convidados amigos nem família; passei o meu dia de aniversário em casa, sozinho, com telefone desligado, as luzes apagadas, ao deleite da cama, totalmente desmoralizado. Mas a história não para por aí... lembram da lei de Murphy? Não essa, mas aquela que diz “Tudo que começa bem, acaba mal” e “Tudo que começa mal, acaba pior.” Lembram?! Acreditem, nem eu esperava; dia seguinte ao meu “feliz aniversário” estava satisfeito porque sabia que trabalharia logo e isso com certeza far-me-ia sentir mais animado, mais disposto, mais esquecido dos dois dias anteriores. Mas dois segundos depois àquela sensação, o telefone toca:

- Alô!?

- Alô, falo com o senhor Nunca Tem Sorte?

- Exatamente ele...

- Meu nome é Vou Te Ferrar, e estou ligando para informar que a sua participação na empresa Não Te Queremos decidiu abrir mão da sua candidatura, portanto, o senhor não está mais nos planos da empresa... agradecemos a sua compreensão e desejamos uma boa tarde!

- ???

E eu emudeço ao som do “pi pi pi” no primeiro segundo, e no segundo, entono melodiosamente em francês “vas te faire enculer!”. “Je mérite toutes les misères du monde”. Isso pra não sujar a língua portuguesa que tanto amo!

Como fiquei?!!! Simples... fui para a cama, fechei bem os olhos, talvez pra não desperdiçar uma só gota de lágrima, e fiquei pensando seriamente em como a vida é uma grande piada de mau gosto. Só aí lembrei que estava sonhando e, ansioso, precisava acordar para preparar uma baita festa com a família e com os amigos!

Sérgio Ventura

17 de mar. de 2011

Revisão Técnica Textual

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Outros contatos:

Sérgio Ventura
IM: almeidaventura87@hotmail.com
Skype: sergio.srav
Tel.: +244 923 745320 (Luanda-Angola)

7 de mar. de 2011

Sonhar e nada mais!

sonhoGostaria de poder fugir para longe de mim mesma. Poder chegar a um mundo tão distante e, talvez, quem sabe, tão pequeno, que não caiba mais ninguém. Gostaria de poder seguir sonhando, pois sonhar… não custa nada! Sonhar apenas e nada mais! Que lindo é poder sonhar de olhos bem abertos!!! O que seria da vida sem sonhos de olhos bem abertos!? Sonhar é necessário para a alma, tanto quanto o alimento é para o corpo; posso viver algum tempo sem sonhos e também sem alimento; mas sempre serão necessários os dois: o sonho para que eu possa seguir em frente, e o alimento para sustentar o meu corpo e manter os meus sonhos. Não é lindo poder sonhar?! Sonhar não custa nada; sonhar e nada mais!!!...

Sueli Gomes

Cadê a voz do povo!?

 não sou apegado ao poderO Povo não tem voz na sociedade angolana. Nas ruas, embora ecoem às esquinas todas as mesmas reclamações, sobre tudo o que é básico e simples de resolver, mas falta em Angola, o povo angolano sente-se imobilizado por medo e coação. O povo tem muito temor do regime que, dizem os nossos pais, aconselha aos jovens a não fazerem parte da política. O mesmo aconselhado por Kadhafi, em discurso recente. A pressão do governo é tanta que, após hipotética ameaça de realização de uma manifestação pública e passiva, direito outorgado pela legislação, difundida boca-a-boca pela massa (já que até as mídias nacionais sofrem repressão), o povo não só não saiu às ruas como também não foi trabalhar. As ruas, comumente absorvidas pelos congestionamentos em todo horário diurno, revoltadas de gente apressada para ganhar o pão diário, estavam vazias. E esse panorama da cidade trouxe uma visão incomum e inesperada: Os sentimentos esvaziados do povo ou a sedimentação do vazio no povo. O povo sofre calado porque grita e não é ouvido. A quem reclamar? A quem pedir justiça? A quem implorar?!!! Não há um destinatário. Parece que “Deus tirou férias e colocou um homem para o substituir”; afinal, feitos à imagem e semelhança, o homem só esqueceu-se dos seus compromissos, e as preces dos necessitados tornou-se vã. Angola, “cadê” a voz do povo!?

Sérgio Ventura

6 de mar. de 2011

Manifestação convocada para o dia 7 de março de 2011 (Angola)

Ao

EXCELENTÍSSIMO SR. ENGº JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, PRESIDENTE DA REPUBLICA DE ANGOLA

L U A N D A

Excelência,

Embora a manifestação convocada para o dia 7 de Março de 2011, não ser de iniciativa, do PDP-ANA, POC e do PARTIDO POPULAR, nós, partidos políticos nacionais, legalmente constituídos a luz da lei vigente no país, em nosso nome e em nome das forças políticas democráticas angolanas e com beneplácito de organizações da sociedade civil e de activistas cívicos: AMPLO MOVIMENTO DOS CIDADÃOS, FORUM DAS AUTORIDADES TRADICIONAIS, MPALABANDA, MANIFESTO JURIDICO E POLÍTICO DO PROTETORADO LUNDA, COLECTIVO MULT-SECTORIAL PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL, CONSELHO DE COORDENAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS e de LIDERES RELIGIOSOS de várias confissões, incluindo padres, apoiam e assumimos nossa participação na manifestação popular ora convocada, por ser feita com fundamento no artigo 40º e 47º da Constituição Angolana, aprovada pelo MPLA que diz:

Artigo 40º

“1. Todos têm direito de exprimir, divulgar e compartilhar livremente os seus pensamentos, as suas ideias e opiniões pela palavra, imagem ou qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informado sem qualquer impedimento.

2. O exercício dos direitos e liberdades constantes do número anterior não pode ser impedido nem limitado por qualquer tipo de censura”

Artigo 47º

“1. É garantida a todos os cidadãos a liberdade de reunião e de manifestação pacífica e sem armas, sem necessidade de qualquer autorização e nos termos da lei.”

Tratando-se de uma manifestação pacifica e com objectivo único de exprimir o pensamento reivindicativo do povo que já corre e agita os musseques e cidades de todo país e que se traduz numa verdadeira tensão política e social, derivadas de:

Elevado índice de pobreza, desemprego, descriminação social, falta de acesso a educação e a saúde e de oportunidades para os jovens.

A maioria dos militares Angolanos não tem direito a Caixa Social das Forças Armadas. Nesta situação estão os militares das Ex- FAPLA, do MPLA, Ex-ELNA, da FNLA, Ex-FALA, da UNITA e das FLEC. Nesta condição estão também elementos da Unidade da Guarda Presidencial.

Na Polícia Nacional e nas FAA alguns Oficiais Generais e suas famílias exibem riquezas que contrastam com a miséria em que vivem os agentes, soldados e oficiais subalternos.

A economia é dominada pela família de Sua Excelência Sr. Presidente da Republica e de pessoas que a Si rodeiam. Muitos dos dirigentes e membros do MPLA vivem a dizer nas esquinas, tal como o povo, quem são os donos dos bancos, dos hotéis e de outras empresas que desfilam pelo país, enquanto, eles e os empresários angolanos estão na ruína absoluta. Engana-se, assim, quem pensa que a maioria dos membros do MPLA está satisfeita com o regime, pois só não falam em público por medo. Porque o medo atingiu também o MPLA.

As zungueiras, que lutam pela manutenção das famílias, já que os seus maridos não têm emprego, são mal tratadas e ou mortas pela Polícia.

Os jovens que para não roubarem ou ingressar na delinquência, passam o dia, debaixo do sol, para vender alguma coisa e sobreviverem de forma honesta, mas, infelizmente, a Polícia Nacional os prendem.

Os jovens não têm emprego nem acesso as Universidades, porque os seus pais não têm capacidade financeira para suportar os custos, enquanto o governo gasta milhões de dólares com a construção de estádios e outras obras fúteis.

A destruição dos grandes mercados a nível nacional como a do Roque Santeiro, de forma violenta, chegando mesmo em muitos casos, como no Sumbe a matarem vendedores, levou milhares de famílias a miséria absoluta.

Na Huila e em todo país os cidadãos estão a ficar sem as suas terras porque os novos latifundiários recebem as propriedades dos autóctones.

O povo com sacrifício constrói as suas casas, mas o regime não respeita as suas propriedades e se assiste em todo país uma onda de demolições.

As liberdades fundamentais não são respeitadas, o medo foi instalado, ninguém pode se manifestar ou emitir opinião diferente das do regime do MPLA.

As igrejas nacionais não são legalizadas ou são encerradas mas as estrangeiras são reconhecidas logo que chegam.

As assimetrias, as injustiças sociais e económicas regionais têm levado a convulsões sociais como as que se vivem em Cabinda e no Leste da Angola.

O cartão de membro do MPLA representa mais cidadania que o bilhete de identidade, pois ele se afirma como partido estado.

Os filhos de Angolanos nascidos fora do país, particularmente nos Congos, são tratados como estrangeiros

Excelência;

Estes são, entre outros, os factos que nos levam a solidarizar com a manifestação e, gostaríamos de exprimir a Sua Excelência Senhor Presidente da Republica, que membros da direcção do MPLA pretendem usar a polícia e as FAA para reprimir a manifestação.

Na qualidade de Presidente da República, não deve permitir que a manifestação pacífica se traduza em banho de sangue. Os que querem agir assim, não são seus amigos, pois eles sabem que se isso acontecer, será Sua Excelência Sr. Presidente o único responsável. E, eles sabem também, que a comunidade internacional já não tolera este tipo de comportamento, perseguindo os violadores e os levam ao Tribunal Penal Internacional em Haia.

Excelência;

O futuro pacífico de Angola está nas suas mãos, as mudanças democráticas estão nas suas mãos. Angola precisa de paz e não de guerra ou derramamento de sangue, como pretendem os dirigentes oportunistas do MPLA que estão a incitar a violência e, no final atribuir a Si as responsabilidades, como fizeram com Agostinho Neto no 27 de Maio.

QUE DEUS ILUMINE O SR. PRESIDENTE

QUE DEUS ABENÇOE ANGOLA

LUANDA, AOS 28 DE FEVEREIRO DE 2011

OS SIGNATÁRIOS

SEDIANGANI BIMBI

MANUEL FERNANDES

DAVID MENDES

26 de fev. de 2011

HOMENS.

Homens da CavernaHOMENS. Que espécie humana! Eles acreditam que são seres inteligentes e dizem por aí que são, também, a parte mais forte desta espécie. Falam “grosso” e dizem que nada temem. Maltratam suas companheiras a quem juram amor, mas que, segundo seus pontos de vistas, por serem os guerreiros, elas deveriam ser sempre submissas a eles. Acedito que esses pontos de vista andam muito distorcidos. Quem foi que teve a idéia de que as mulheres são fragéis?!!! Voltando ao assunto inicial, o homem que nada teme chora igual a um bebé, mas tem a audácia de admitir que JAMAIS foi derrotado pelo sexo frágil. Homens, por que é difícil admitir que, uma vez na vida, aquele fora de uma mulher lhes deu um nó na garganta? Um certo cisco que cai em seus olhos e então uma lágrima surge no canto do olho, mas vocês se recompõem e falam para os amigos que estavam cansados da mulher, e que foi melhor assim: terem terminado. Mas ao se depararem com eles mesmos e suas consciências, eles entendem que a mulher faz falta, e agarram seus travesseiros de estimação. Chega o ponto em que eles se vêem obrigados a admitir que foram vencidos, mas a vida, como sempe, é uma caixinha de surpresa e dá-lhes uma nova oportunidade para usarem-na com muita cautela e sabedoria, mas eles, uma vez mais, disperdiçam. HOMENS!

Sueli Gomes.

17 de fev. de 2011

Resenha: Celso Cunha (Advérbio)

CUNHA, Celso. CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. In: __________. Advérbio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
Resenhado por: Sérgio Ventura, aluno do curso de Linguística e Língua Portuguesa, na Universidade Estácio de Sá.
Advérbios
O advérbio é fundamentalmente um modificador do verbo. Mas pode reforçar o sentido de um adjetivo, advérbio ou mesmo uma oração. Na classificação dos advérbios, a NGB distingue as seguintes espécies: advérbios de afirmação, dúvida, intensidade, lugar, modo, negação, tempo; e a NGP (Nomenclatura Geral Portuguesa), acrescenta os advérbios de ordem, exclusão e designação. Há também os advérbios interrogativos de causa, lugar, modo, e tempo. Os advérbios formam locução adverbial quando uma preposição se associa a um substantivo, adjetivo ou um advérbio. Não se descarta associações mais complexas de locuções adverbiais. Essas locuções podem ser de afirmação, dúvida, intensidade, lugar, modo, negação, tempo. Os advérbios são passíveis de gradação, principalmente os de modo, em grau comparativo e superlativo. Algumas palavras com valor semântico de advérbio são enquadradas nos seguintes termos: inclusão, exclusão, designação, realce, retificação, situação, palavras as quais a NGB classifica como denotativas por que não modificam o verbo, adjetivo ou mesmo advérbio.

Resenha: Rocha Lima (Advérbios)

LIMA, Rocha. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Ed. José Olympio, 1992. p. 174-177.

Resenhado por: Sérgio Ventura, aluno do curso de Linguística e Língua Portuguesa, na Universidade Estácio de Sá.

Rocha lima conceitua que o advérbio serve para expressar as várias circunstâncias que cercam o significado do verbo. Mas preceitua que o mesmo pode ocorrer com os adjetivos e os próprios advérbios. Desses advérbios lista suas espécies: advérbios de dúvida, intensidade, lugar, modo e tempo. Os advérbios também se juntam para formar a locução adverbial. Em sua classificação, separa os advérbios em relativos e interrogativos. O primeiro ocorre em orações adjetivas e são estes advérbios, onde, quando e como. O segundo ocorre nas perguntas diretas e indiretas, palavras como onde, quando, como, porque, que denotam respectivamente, lugar, tempo, modo, causa. Rocha Lima considera que palavras e locuções que indiquem afirmação, negação, exclusão, inclusão, avaliação, retificação, designação, não se podem considerar advérbios por não exprimirem nenhuma circunstância. Os advérbios também variam em grau, empregando-se no comparativo e no superlativo.

Resenha: Gramática

NEVES, Maria H. M. Gramática de usos do português. In: ___________. Advérbios. São Paulo: Editora UNESP, 2000. PP. 321-282

Resenhado por: Sérgio Ventura, aluno do curso de Linguística e Língua Portuguesa, na Universidade Estácio de Sá.

O advérbio do ponto de vista morfológico é uma palavra invariável. Mas existe suas exceções, a modo da gramática tradicional, os chamados quantificadores (que variam em grau). O advérbio do ponto de vista sintático funciona como satélite de um núcleo verbal, adjetival ou adverbial. Maria Helena estende essa função aos numerais, substantivos, pronomes e conjunções. O advérbio também é periférico no enunciado e no discurso, incidindo sobre uma oração, proposição ou enunciado. Os advérbios semanticamente subclassificam-se em modificadores e não modificadores, estes podem ser os advérbios de modo, intensidade, modalizadores, delimitadores, deônticos e afetivos. Já os não-modificadores, podem ser os advérbios de afirmação, negação, circunstanciais de tempo e lugar, inclusão, exclusão, verificação e juntivos de valor anafóricos de contraste ou conclusão. Maria Helena dá ênfase especial aos advérbios de modo e aos modalizadores, nas suas classificações sintático-semânticas. Os advérbios de modo podem ser anafóricos, catafóricos ou interrogativos. Os modalizadores há entre os principais, os epistêmicos e os delimitadores. Esses distribuem-se entre os sintagmas adjetivo, verbal, nominal, pronominal e adverbial; com advérbio posposto, anteposto ou intercalado; em início de enunciado ou final de enunciado. Sobre os advérbios circunstanciais, além dos já conhecidos da gramática tradicional, Maria Helena, fala sobre os traços semânticos dos advérbios de lugar e tempo, subclassificando-os em situação, percurso, origem e direção, para o primeiro, e em tempo, aspecto, situação, duração e freqüência, para o segundo. Os advérbios também funcionam como coordenativos, ou seja, têm função juntiva e atuam no plano semântico discursivo.

Os aspectos do advérbio elaborados pela autora diferem muito dos abordados pelas gramáticas normativas consultadas, de Bechara, Celso Cunha e Rocha Lima, que trazem um conjunto limitado de explicações para esse assunto. Vê-se claramente que a intenção dos normativistas é preservar as definições da sintaxe e morfologia, não entrando nesse conjunto, diferentemente da gramática de Maria Helena, as definições e análises com base na semântica discursiva, morfossintaxe e gramática gerativa. Devido ao grande número de tópicos e exemplos auferidos pela autora não foi possível ilustrá-los para melhor compreensão dos tópicos relacionados, mas sugere-se uma leitura atenta desses que viabilizarão um melhor entendimento gramatical e eficazes aplicações em sala de aula.

14 de fev. de 2011

Por favor "Pax Vobis" (Rodrigo Varanda)

Depois do fogo "Pax Vobis" (Rodrigo Varanda).

Pax Vobis - As luzes dos outros quartos.

Música da Pax Vobis.

Do que você tem medo? Por quais tipos de medo somos afligidos?

 

medoTodos, na vida, temos medo de algo ou alguém. Na infância, do bicho papão, do homem do saco e/ou do lixeiro, e por aí vai… São os medos que os pais criam para nos forçar a fazer as coisas que eles querem. Depois da infância, passamos a ter medo de não sermos escolhidos para jogar naquele time de futebol, basquete, dança, etc. Temos medo de sermos o último a beijar dentre a “galera”, e, também, do valetão da escola ou da rua, entre outros tantos. Pois bem! Quando chegamos à adolescência, o que deveria ser o fim dos medos, só se prolonga, e, continua, entrentanto, a saga dos medos: não tirar boas notas na escola, na faculdade, não saber conquistar aquele gato(a) especial; meninas que querem transar, mas evitam, com receio de engravidar, os meninos amedrontados em não se sairem bem na primeira vez… e lá se vão seguindo os medos! Então, finalmente, quando chegamos à fase adulta, e quando não deveriámos temer mais nada, outros piores medos surgem: não conseguir uma boa profissão, não ter um ótimo emprego, ou perder o emprego medíocre que já temos, - digam-me quando termina isso -, ah! E ainda tem, para as mulheres, o medo de ficarem “encalhadas”, de não terem filhos e formarem uma família. Tendo em vista que a sociedade obriga-nos a ter essas coisas, e se, por algum infortúnio, causa natural ou sina familiar, não a temos, todos começam a olhar-nos com certo estranhamento, como, por exemplo, hoje, dia em que, deveras, fiquei “superhipermega” constrangida quando fazia as minhas aulas de moto e fui descoberta. Ouvi algo que me desconsertou bastante: um certo instrutor dizer: "nossa!!! com essa idade!? sem filhos, sem marido? E “blablabla...”. "Fiquei com medo… aterrorizada! E tive certeza que o medo faz parte da nossa vida inteira... mas fiquei me perguntando: “por que tenho que ser igual aos outros? Por MEDO?!!!

Sueli Gomes

3 de fev. de 2011

Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem  alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo :  "Fui  eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa.

Migalhas!

drogaOntem estivemos bem. Ambos com um olhar lascivo, começamos a degustar o fruto proibido. Delícia de maçã...! ou será pêra!? Não importa! O proibido é sempre mais tentador. Mais gostoso. – pelo menos dizem-no os transgressores – . Havia muita malícia nos nossos actos e toda vez que nos encontravamos, o prazer domináva-nos a mente e o corpo. E como não seguissem separadas, a mente tornou-se refém do prazer corporal. Naqueles momentos, estavam instituídos os mais atrevidos perigos. Mandavam-me os sentidos como mandam os generais a tê-la por todo e qualquer momento: por mais que eu quisesse renegá-los, minha função era cumpri-los. E quando não, levavam-me à febre a ausência do seu cheiro, o brilho dos seus olhos, os seus cabelos ora curtos ora longos; a maciez da sua pele; a suavidade invasiva da sua voz... Fazia-me mal, ela, tornada a droga da minha mente. Assim desgostoso, ficava eu a espera daquele pedaço de matéria a quem Deus permitiu luz, como quem espera impaciente pela grama de “crack”, morfina, “coca”; não importasse qual alucinógeno, desde que me permitisse o prazer dos Prazeres em tê-la correndo em meu fervoroso sangue. Ela era, por todas as palavras, irresistível. Uma droga assim, raro o homem a abrir mão! Eu não desistia nunca de usufrui-la para os propósitos do meu eu. Ontem, não foi ontem nem antes-de-ontem; ontem, foram os dias, os meses, e o ano que se fecha, em que estivemos juntos, juntinhos. Uma droga que seus efeitos superam sempre os limitados sentidos da palavra... indescritível! Por muito tempo, foram-se-me culminando os efeitos da sua presença, as bonanças da paixão, que, em descuidado, dir-me-ia adoentado, mas não. Estava curado por ela, essa droga, tão delicioso remédio, – Sim! Remédio porque fazia-me bem –, que por aquele tempo a ela limitei-me pelo período que dura até hoje. E, por todo meu desejo, digo-lhe: “não há sobras que se desprezem quando está em jogo o poder da paixão, minha especiária rara, prazer dos prazeres, ontem e hoje”!

Sérgio Ventura.

29 de jan. de 2011

“Bullshits”

imageEstou despedaçado. Não tenho mais saco para aturar qualquer pessoa. Dos meus amigos só ouço “conversa pra boi durmir”; das minhas amigas, só vejo compulsão sexual; dos mais velhos, as mesmas reclamações sobre experiências enterradas no passado. Os convites que me são feitos para baladas, noitadas, casamentos, e o “caralho a quatro” não são mais aceites. Tudo tornou-se “bullshit”. Não consigo mais enxergar o valor real do presente. Dia após dia, aguento como posso às humilhações da vida, como ficar na merda de um país detestável por compaixão à família e destruir todo um planejamento fiável de vida no terreno a que me acostumei: Brasil. Nos últimos meses, tenho acordado e desejado não acordar. Sinto sempre o peso de estar com os olhos abertos e não ver nada. São todos os dias iguais: o céu cinza e o dia sufocante. Não há nada que saiba a doce mel ou a morango. Embora me sinta aflito, ocorre-me sempre a idéia fugaz de que o próximo dia será diferente. Eis o pretexto para me levantar religioso e vespertinamente todos os dias. Penso numa primeira frase: “nem todos os dias são santos”, e me pergunto: “qual dia o será?” E, depois, numa segunda frase: “nem todo dia é como hoje, por isso, faça tudo o que quiser fazer”, e, outra vez, me pergunto: “o que fazer?” Ou seja, acordo para olhar o vazio porque sou cego, e não faço nada porque tudo o que se me apresenta é vácuo. Vida boa essa, não?!!!

21 de jan. de 2011

Coração em desalinho.


Estou na varanda de casa, primeiro andar; não há vislumbre, apenas uma singular distração à rua que se me apresenta vaga. Transeuntes, meros rostos desconhecidos, iguais à muitos pelo mundo afora. Há imensidão de detalhes, sinais ao longo que não consigo traduzir. Esforço-me em compreender o que está disposto: árvores compridas e secas, típicas do clima africano; carros, uns passando às pressas, outros estacionados à beira da estrada. É uma rua comum, típica de uma cidade pobre: suja em todos os aspectos, poerenta até mesmo no vigésimo andar dos prédio ao redor, quiilogramas incontáveis de lixo, acervo exagerado e armazém para os roedores. – Quantos roedores! –. Os prédios. Esses, à hora dos meus olhos, tardio se fecham às luzes e sincronizam sua graça com o céu noturno de estrelas reluzentes e uma lua cheia. Os prédios têm as luzes apagadas, com exceção à três janelas acesas. Parecem refletir, em associação à minha busca por significados, dentro do meu campo associativo, o estado de minh'alma. A alma em desalinho imersa na escuridão. Eu, sentado, não percebo ainda o significado da minha vida. Não sei exato o motivo de estar aqui, agora, sentado e escrevendo. Parece um desastre não saber que passo dar e deixar que cada palavra alinhada à outra crie o caminho para um significado qualquer que eu possa usar em detrimento de minha própria busca. As músicas que ouço nesse momento trazem ao meu ouvido a doçura de uma poesia. Consigo refletir e extrair a destreza do compositor e o árduo trabalho empregado para realizar o prazer de tocar aos meus ouvidos as mais belas melodias. As lágrimas caem-me pelo rosto e nada explica o vazio sentimento que me consome. Quero sair, gritar; mas... estou preso. É um labirinto a minha consciência. Ainda estou errando nos caminhos. Quero desistir. Parar de andar, e deixar que a saída me encontre. Posso comparar esse momento a dois ímãs com a mesma polaridade. Ambos se repulsam. Assim como a minha infelicidade em busca do seu contrário. Chocam-se uma e outra. Eu cá com a infelicidade. E lá fora, a feliz idade.

        Sérgio Ventura.