Cansaço. Árduo viver sem expectativas. Embora existam aos montes, se tornam vazias quando a vida as impede de acontecer. Não me faltam objetivos para conquistar meus sonhos, mas por que é tão difícil vivê-los? São anos e anos a ferro e fogo sobrevivendo aos males do cotidiano, enfrentando várias depressões: relacionamentos infortúnios, trabalhos ingratos, bolsos vazios, estudos descompensados, etc. Parece que a maré está contra tudo e nada que se faça pode Pará-la. Como viver assim?
Uma solução: largar todos os sonhos. Sim, se nada os realiza, deduz-se que o que está errado não é a realidade, são os sonhos. Os meus sonhos. Mas é difícil, tamanha à distância percorrida e os investimentos aplicados durante todos esses anos. Não é medo de tentar de novo, pois tenho idade para viver ainda, pelo menos, quatro vidas diferentes, ou não. Afinal uma vida não custa uma bala de morango, algumas vezes R$ 10,00, mas a minha... já tem ultrapassado os (...). Não. Essa não é a solução, definitivamente. “Se nada der certo vire hippie”, esse o tema satírico dos anos 70, “Hippie não se preocupa com porra nenhuma” / “Só fuma maconha, e tudo é paz e amor” / “Não dá valor as coisas materiais” / “Não tem endereço certo” / “Não tem cobrador batendo na porta” / “tem que vender uns artesanatos”, [para ganhar o pão e a maconha do dia]. Não, essa não é a solução para mim. O dinheiro me interessa muito, satisfaz em muito minhas necessidades e permite o meu desenvolvimento humano, não dá para viver sem me preocupar com as “coisas” do mundo, pois ser humano implica à responsabilidade com a sobrevivência da espécie, manifestação voluntária e necessária. Preciso de um teto, pois em baixo da ponte o barulho dos trens, ônibus, carros, pessoas, brisa, chuva, etc., me incomodariam em excesso. Cobranças na porta? Não tem como evitar, é resultado da organização social do livre comercio / lei da oferta e procura / à base do escambo, que precede em muito a nossa geração. Maconha de vez em quando até é legal, mas reduz nossa percepção e retarda a psique. E VENDER ARTESANATOS? Não, essa vida não me pertence. Definitivamente não. Prefiro continuar adubando essa merda de vida e extrair dela seus frutos. E ainda que demore, a esperança será a única a morrer. Do cansaço do corpo, uma soneca. Do cansaço da alma, aqueles objetivos e sonhos, descanso só quando alcançá-los.
Sérgio Ventura
Eu penso em vender artesanatos... n por toda a vida, mas quiçá...
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ADORO VC!
Mas não ao estilo dos que se consideram hippies. Aquela vida parece não ter significado nenhum. Eles vivem sem objetivos maiores.
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