1 de mar. de 2010

Espelho meu!

Tem um quê de mentira. Toda vez que a ouço, tento interceptar algo que me faça odiá-la, desmerecê-la. Sei que o motivo de tanta afeição diminui meu julgamento. Deixo-me iludir para passar os dias, mais feliz. Sorvo, na emoção dos sentidos, da paixão, do medo, um comportamento conformado. Insincero, confirmo, mas dia após dia, desgastado pelo sumiço da paixão, doce paixão de outrora que hoje aparece como uma estrela em estágio final, permito-me merecer o melhor que possa existir e assim continuar a desfrutar dos vícios e da beleza da paixão. Recordando e recuperando, a espanto de meu ego, a imagem no espelho, refletindo-me com sinuosidade o espectro, hoje tão dessemelhante. Quase não distingo se é a mesma imagem a quem jurei eterno amor. Se fosse verdade estaria selada em meu sonho por que a realidade me jura de pés juntos: aquela imagem é o meu futuro.

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