O Povo não tem voz na sociedade angolana. Nas ruas, embora ecoem às esquinas todas as mesmas reclamações, sobre tudo o que é básico e simples de resolver, mas falta em Angola, o povo angolano sente-se imobilizado por medo e coação. O povo tem muito temor do regime que, dizem os nossos pais, aconselha aos jovens a não fazerem parte da política. O mesmo aconselhado por Kadhafi, em discurso recente. A pressão do governo é tanta que, após hipotética ameaça de realização de uma manifestação pública e passiva, direito outorgado pela legislação, difundida boca-a-boca pela massa (já que até as mídias nacionais sofrem repressão), o povo não só não saiu às ruas como também não foi trabalhar. As ruas, comumente absorvidas pelos congestionamentos em todo horário diurno, revoltadas de gente apressada para ganhar o pão diário, estavam vazias. E esse panorama da cidade trouxe uma visão incomum e inesperada: Os sentimentos esvaziados do povo ou a sedimentação do vazio no povo. O povo sofre calado porque grita e não é ouvido. A quem reclamar? A quem pedir justiça? A quem implorar?!!! Não há um destinatário. Parece que “Deus tirou férias e colocou um homem para o substituir”; afinal, feitos à imagem e semelhança, o homem só esqueceu-se dos seus compromissos, e as preces dos necessitados tornou-se vã. Angola, “cadê” a voz do povo!?
Sérgio Ventura
Talvez o medo seja uma das piores formas de escravidão. O medo angustia, causa sentimento de inferioridade, abala a auto-estima, promove a submissão voluntária.
ResponderExcluirOnde estão a ONU e os organismos internacionais? Estes, só se manifestam, quando o fazem, depois de muito derramamento de sangue.
Quando um ditador é deposto, congelam-se seus ativos financeiros...mas antes, por mais escandalosos que sejam, ninguém questiona a origem.
Pobre povo que nem coragem para reclamar tem.
Meu caro, como dizia Cervantes: "Quem perde seus bens perde muito; quem perde um amigo perde mais; mas quem perde a coragem perde tudo." Será que estamos nesse caminho?
ResponderExcluir