6 de mar. de 2011

Manifestação convocada para o dia 7 de março de 2011 (Angola)

Ao

EXCELENTÍSSIMO SR. ENGº JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, PRESIDENTE DA REPUBLICA DE ANGOLA

L U A N D A

Excelência,

Embora a manifestação convocada para o dia 7 de Março de 2011, não ser de iniciativa, do PDP-ANA, POC e do PARTIDO POPULAR, nós, partidos políticos nacionais, legalmente constituídos a luz da lei vigente no país, em nosso nome e em nome das forças políticas democráticas angolanas e com beneplácito de organizações da sociedade civil e de activistas cívicos: AMPLO MOVIMENTO DOS CIDADÃOS, FORUM DAS AUTORIDADES TRADICIONAIS, MPALABANDA, MANIFESTO JURIDICO E POLÍTICO DO PROTETORADO LUNDA, COLECTIVO MULT-SECTORIAL PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL, CONSELHO DE COORDENAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS e de LIDERES RELIGIOSOS de várias confissões, incluindo padres, apoiam e assumimos nossa participação na manifestação popular ora convocada, por ser feita com fundamento no artigo 40º e 47º da Constituição Angolana, aprovada pelo MPLA que diz:

Artigo 40º

“1. Todos têm direito de exprimir, divulgar e compartilhar livremente os seus pensamentos, as suas ideias e opiniões pela palavra, imagem ou qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informado sem qualquer impedimento.

2. O exercício dos direitos e liberdades constantes do número anterior não pode ser impedido nem limitado por qualquer tipo de censura”

Artigo 47º

“1. É garantida a todos os cidadãos a liberdade de reunião e de manifestação pacífica e sem armas, sem necessidade de qualquer autorização e nos termos da lei.”

Tratando-se de uma manifestação pacifica e com objectivo único de exprimir o pensamento reivindicativo do povo que já corre e agita os musseques e cidades de todo país e que se traduz numa verdadeira tensão política e social, derivadas de:

Elevado índice de pobreza, desemprego, descriminação social, falta de acesso a educação e a saúde e de oportunidades para os jovens.

A maioria dos militares Angolanos não tem direito a Caixa Social das Forças Armadas. Nesta situação estão os militares das Ex- FAPLA, do MPLA, Ex-ELNA, da FNLA, Ex-FALA, da UNITA e das FLEC. Nesta condição estão também elementos da Unidade da Guarda Presidencial.

Na Polícia Nacional e nas FAA alguns Oficiais Generais e suas famílias exibem riquezas que contrastam com a miséria em que vivem os agentes, soldados e oficiais subalternos.

A economia é dominada pela família de Sua Excelência Sr. Presidente da Republica e de pessoas que a Si rodeiam. Muitos dos dirigentes e membros do MPLA vivem a dizer nas esquinas, tal como o povo, quem são os donos dos bancos, dos hotéis e de outras empresas que desfilam pelo país, enquanto, eles e os empresários angolanos estão na ruína absoluta. Engana-se, assim, quem pensa que a maioria dos membros do MPLA está satisfeita com o regime, pois só não falam em público por medo. Porque o medo atingiu também o MPLA.

As zungueiras, que lutam pela manutenção das famílias, já que os seus maridos não têm emprego, são mal tratadas e ou mortas pela Polícia.

Os jovens que para não roubarem ou ingressar na delinquência, passam o dia, debaixo do sol, para vender alguma coisa e sobreviverem de forma honesta, mas, infelizmente, a Polícia Nacional os prendem.

Os jovens não têm emprego nem acesso as Universidades, porque os seus pais não têm capacidade financeira para suportar os custos, enquanto o governo gasta milhões de dólares com a construção de estádios e outras obras fúteis.

A destruição dos grandes mercados a nível nacional como a do Roque Santeiro, de forma violenta, chegando mesmo em muitos casos, como no Sumbe a matarem vendedores, levou milhares de famílias a miséria absoluta.

Na Huila e em todo país os cidadãos estão a ficar sem as suas terras porque os novos latifundiários recebem as propriedades dos autóctones.

O povo com sacrifício constrói as suas casas, mas o regime não respeita as suas propriedades e se assiste em todo país uma onda de demolições.

As liberdades fundamentais não são respeitadas, o medo foi instalado, ninguém pode se manifestar ou emitir opinião diferente das do regime do MPLA.

As igrejas nacionais não são legalizadas ou são encerradas mas as estrangeiras são reconhecidas logo que chegam.

As assimetrias, as injustiças sociais e económicas regionais têm levado a convulsões sociais como as que se vivem em Cabinda e no Leste da Angola.

O cartão de membro do MPLA representa mais cidadania que o bilhete de identidade, pois ele se afirma como partido estado.

Os filhos de Angolanos nascidos fora do país, particularmente nos Congos, são tratados como estrangeiros

Excelência;

Estes são, entre outros, os factos que nos levam a solidarizar com a manifestação e, gostaríamos de exprimir a Sua Excelência Senhor Presidente da Republica, que membros da direcção do MPLA pretendem usar a polícia e as FAA para reprimir a manifestação.

Na qualidade de Presidente da República, não deve permitir que a manifestação pacífica se traduza em banho de sangue. Os que querem agir assim, não são seus amigos, pois eles sabem que se isso acontecer, será Sua Excelência Sr. Presidente o único responsável. E, eles sabem também, que a comunidade internacional já não tolera este tipo de comportamento, perseguindo os violadores e os levam ao Tribunal Penal Internacional em Haia.

Excelência;

O futuro pacífico de Angola está nas suas mãos, as mudanças democráticas estão nas suas mãos. Angola precisa de paz e não de guerra ou derramamento de sangue, como pretendem os dirigentes oportunistas do MPLA que estão a incitar a violência e, no final atribuir a Si as responsabilidades, como fizeram com Agostinho Neto no 27 de Maio.

QUE DEUS ILUMINE O SR. PRESIDENTE

QUE DEUS ABENÇOE ANGOLA

LUANDA, AOS 28 DE FEVEREIRO DE 2011

OS SIGNATÁRIOS

SEDIANGANI BIMBI

MANUEL FERNANDES

DAVID MENDES

26 de fev. de 2011

HOMENS.

Homens da CavernaHOMENS. Que espécie humana! Eles acreditam que são seres inteligentes e dizem por aí que são, também, a parte mais forte desta espécie. Falam “grosso” e dizem que nada temem. Maltratam suas companheiras a quem juram amor, mas que, segundo seus pontos de vistas, por serem os guerreiros, elas deveriam ser sempre submissas a eles. Acedito que esses pontos de vista andam muito distorcidos. Quem foi que teve a idéia de que as mulheres são fragéis?!!! Voltando ao assunto inicial, o homem que nada teme chora igual a um bebé, mas tem a audácia de admitir que JAMAIS foi derrotado pelo sexo frágil. Homens, por que é difícil admitir que, uma vez na vida, aquele fora de uma mulher lhes deu um nó na garganta? Um certo cisco que cai em seus olhos e então uma lágrima surge no canto do olho, mas vocês se recompõem e falam para os amigos que estavam cansados da mulher, e que foi melhor assim: terem terminado. Mas ao se depararem com eles mesmos e suas consciências, eles entendem que a mulher faz falta, e agarram seus travesseiros de estimação. Chega o ponto em que eles se vêem obrigados a admitir que foram vencidos, mas a vida, como sempe, é uma caixinha de surpresa e dá-lhes uma nova oportunidade para usarem-na com muita cautela e sabedoria, mas eles, uma vez mais, disperdiçam. HOMENS!

Sueli Gomes.

17 de fev. de 2011

Resenha: Celso Cunha (Advérbio)

CUNHA, Celso. CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. In: __________. Advérbio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
Resenhado por: Sérgio Ventura, aluno do curso de Linguística e Língua Portuguesa, na Universidade Estácio de Sá.
Advérbios
O advérbio é fundamentalmente um modificador do verbo. Mas pode reforçar o sentido de um adjetivo, advérbio ou mesmo uma oração. Na classificação dos advérbios, a NGB distingue as seguintes espécies: advérbios de afirmação, dúvida, intensidade, lugar, modo, negação, tempo; e a NGP (Nomenclatura Geral Portuguesa), acrescenta os advérbios de ordem, exclusão e designação. Há também os advérbios interrogativos de causa, lugar, modo, e tempo. Os advérbios formam locução adverbial quando uma preposição se associa a um substantivo, adjetivo ou um advérbio. Não se descarta associações mais complexas de locuções adverbiais. Essas locuções podem ser de afirmação, dúvida, intensidade, lugar, modo, negação, tempo. Os advérbios são passíveis de gradação, principalmente os de modo, em grau comparativo e superlativo. Algumas palavras com valor semântico de advérbio são enquadradas nos seguintes termos: inclusão, exclusão, designação, realce, retificação, situação, palavras as quais a NGB classifica como denotativas por que não modificam o verbo, adjetivo ou mesmo advérbio.

Resenha: Rocha Lima (Advérbios)

LIMA, Rocha. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Ed. José Olympio, 1992. p. 174-177.

Resenhado por: Sérgio Ventura, aluno do curso de Linguística e Língua Portuguesa, na Universidade Estácio de Sá.

Rocha lima conceitua que o advérbio serve para expressar as várias circunstâncias que cercam o significado do verbo. Mas preceitua que o mesmo pode ocorrer com os adjetivos e os próprios advérbios. Desses advérbios lista suas espécies: advérbios de dúvida, intensidade, lugar, modo e tempo. Os advérbios também se juntam para formar a locução adverbial. Em sua classificação, separa os advérbios em relativos e interrogativos. O primeiro ocorre em orações adjetivas e são estes advérbios, onde, quando e como. O segundo ocorre nas perguntas diretas e indiretas, palavras como onde, quando, como, porque, que denotam respectivamente, lugar, tempo, modo, causa. Rocha Lima considera que palavras e locuções que indiquem afirmação, negação, exclusão, inclusão, avaliação, retificação, designação, não se podem considerar advérbios por não exprimirem nenhuma circunstância. Os advérbios também variam em grau, empregando-se no comparativo e no superlativo.

Resenha: Gramática

NEVES, Maria H. M. Gramática de usos do português. In: ___________. Advérbios. São Paulo: Editora UNESP, 2000. PP. 321-282

Resenhado por: Sérgio Ventura, aluno do curso de Linguística e Língua Portuguesa, na Universidade Estácio de Sá.

O advérbio do ponto de vista morfológico é uma palavra invariável. Mas existe suas exceções, a modo da gramática tradicional, os chamados quantificadores (que variam em grau). O advérbio do ponto de vista sintático funciona como satélite de um núcleo verbal, adjetival ou adverbial. Maria Helena estende essa função aos numerais, substantivos, pronomes e conjunções. O advérbio também é periférico no enunciado e no discurso, incidindo sobre uma oração, proposição ou enunciado. Os advérbios semanticamente subclassificam-se em modificadores e não modificadores, estes podem ser os advérbios de modo, intensidade, modalizadores, delimitadores, deônticos e afetivos. Já os não-modificadores, podem ser os advérbios de afirmação, negação, circunstanciais de tempo e lugar, inclusão, exclusão, verificação e juntivos de valor anafóricos de contraste ou conclusão. Maria Helena dá ênfase especial aos advérbios de modo e aos modalizadores, nas suas classificações sintático-semânticas. Os advérbios de modo podem ser anafóricos, catafóricos ou interrogativos. Os modalizadores há entre os principais, os epistêmicos e os delimitadores. Esses distribuem-se entre os sintagmas adjetivo, verbal, nominal, pronominal e adverbial; com advérbio posposto, anteposto ou intercalado; em início de enunciado ou final de enunciado. Sobre os advérbios circunstanciais, além dos já conhecidos da gramática tradicional, Maria Helena, fala sobre os traços semânticos dos advérbios de lugar e tempo, subclassificando-os em situação, percurso, origem e direção, para o primeiro, e em tempo, aspecto, situação, duração e freqüência, para o segundo. Os advérbios também funcionam como coordenativos, ou seja, têm função juntiva e atuam no plano semântico discursivo.

Os aspectos do advérbio elaborados pela autora diferem muito dos abordados pelas gramáticas normativas consultadas, de Bechara, Celso Cunha e Rocha Lima, que trazem um conjunto limitado de explicações para esse assunto. Vê-se claramente que a intenção dos normativistas é preservar as definições da sintaxe e morfologia, não entrando nesse conjunto, diferentemente da gramática de Maria Helena, as definições e análises com base na semântica discursiva, morfossintaxe e gramática gerativa. Devido ao grande número de tópicos e exemplos auferidos pela autora não foi possível ilustrá-los para melhor compreensão dos tópicos relacionados, mas sugere-se uma leitura atenta desses que viabilizarão um melhor entendimento gramatical e eficazes aplicações em sala de aula.