29 de ago. de 2012

A ANTIECONOMIA



Há um velho ditado de que o modelo de mercado competitivo busca "criar os melhores produtos pelo menor preço possível". Essa afirmação é essencialmente o conceito de incentivo que justifica a concorrência mercantil com base na suposição de que o resultado é a produção de bens de melhor qualidade. Se eu fosse construir uma mesa, obviamente a produziria com os melhores e mais duráveis materiais existentes, correto? Visando que ela dure o máximo possível. Por que eu faria algo ruim sabendo que teria de refazê-la eventualmente, gastando mais materiais e energia? Bem, por mais racional que isso possa parecer, no caso do mercado, isso não é apenas claramente irracional como não chega a ser uma opção. É tecnicamente impossível produzir algo da melhor maneira possível, se uma empresa pretende ser competitiva e manter seus produtos acessíveis ao consumidor. Literalmente, tudo o que é criado e posto à venda na economia global é inferior logo no momento em que é produzido, pois é matematicamente impossível fazer produtos os mais cientificamente avançados, eficientes e sustentáveis possíveis. Isso ocorre, pois o sistema de mercado exige esta "eficiência de custos" ou porque é preciso reduzir os gastos em cada etapa da produção. Do custo da mão da obra ao custo dos materiais, da embalagem etc. Essa estratégia competitiva serve para assegurar que o público compre os seus produtos e não os do concorrente que está fazendo a mesmíssima coisa para deixar seus produtos competitivos e acessíveis. Esta consequência invariavelmente esbanjadora do sistema poderia ser denominada "obsolescência intrínseca". No entanto, essa é apenas uma parte do problema. Um princípio fundamental que rege a economia de mercado e que você não encontrará em nenhum manual é o seguinte: "nada produzido pode ter uma vida útil maior que o necessário para manter o consumo cíclico". Em outras palavras, é fundamental que as coisas quebrem, falhem e deteriorem-se dentro de dado tempo. Isso se chama "obsolescência programada". A obsolescência programada é a espinha dorsal da estratégia de mercado de todos os fabricantes. Muito poucos, claro, admitem essa estratégia abertamente. O que fazem é mascarar o problema no fenômeno da obsolescência intrínseca, muitas vezes ignorando, ou até mesmo suprimindo, novos adventos tecnológicos que poderiam criar um produto mais sustentável e durável. Não bastasse o desperdício que é o sistema inerentemente não permitir a produção dos bens mais duráveis e eficientes, a obsolescência programada intencionalmente entende que quanto mais tempo um produto funcionar, pior será para a manutenção do consumo cíclico e, portanto, para o sistema de mercado. Em outras palavras, a sustentabilidade do produto é, na verdade, contrária ao crescimento econômico e por isso há um incentivo direto e reforçado para garantir que a durabilidade de qualquer produto seja curta. Na realidade, o sistema não pode funcionar de outra maneira. Um olhar para o mar de aterros ao redor do mundo mostra a realidade da obsolescência. Existem agora bilhões de celulares de baixo custo, computadores e outras tecnologias, contendo materiais preciosos e difíceis de minerar como ouro, coltan e cobre,  apodrecendo em enormes pilhas devido ao simples mau funcionamento ou obsolescência de pequenas partes que, em uma sociedade preservadora, poderiam ser consertados ou atualizados, estendendo a vida útil do produto. Infelizmente, por mais eficiente que isso pareça no mundo real, por vivermos num planeta finito de recursos finitos, é claramente ineficaz para o mercado. Para por numa frase: "eficiência, sustentabilidade e preservação são os inimigos de nosso sistema econômico". 




19 de ago. de 2012

Expulsando o Vazio.

"O silêncio é constrangedor quando não se tem alguém para compartilhar sentimentos."

 

Doce vazio que me preenche a alma, não me sinto confortável em ter-te como companhia. Cheio de nada que és, transformas todas as minhas perspectivas em vácuo. Se tento apreciar algo, cadê? Se tenho algo a sonhar, onde? Se quero sentir, o quê? Se quero alguém, quem? Por que me tens caro inimigo, se não me dou por feliz com tua companhia? Será que te ligaste a mim por paixão ou ao contrário tiraste-a de mim? E por que não me respondes, danado, se apenas a ti te tenho? Como podes ser tão desnaturado deixando-me aqui como que a falar com as paredes? Vai! Deixa-me sozinho, desnuda daqui para quem sabe outro alguém que não igual a ti me faça companhia e devolva-me tudo o mais que não lembro. Chama lá teu primo chio, chia, cheio, sei lá, para que concerte as tuas malícias em mim. Bem sabes que não me vou calar enquanto não me fizer ouvido, estás a ouvir Vazio? Ouves-me?

 

Sérgio Ventura.


13 de ago. de 2012

entrelinhas 2

Nesse momento, esforço em vão os olhos, mas não consigo enxergar nem uma linha de esperança. Por isso hoje vou dormir desesperado. A sensação do momento é de ter  chegado ao fim da minha linha, mesmo havendo tanto horizonte adiante. Talvez os meus sonhos me aliviem a pressão do dia ou talvez me abram portas de esperança. Só o que me resta é a virada da noite e o cansaço do olhos no dia seguinte, sem portas, sem saídas.

Sérgio Ventura.

Entrelinhas.

Vislumbre o seu cenário. Ele é a sua garantia para que você esteja preparado quando as coisas ruins começaram a acontecer. Quando o caminho que você está traçando for bloqueado, e não houver jeito de continuar, não se alarme e nem se desmanche; não esqueça que há outros mil caminhos possíveis. Você só precisa voltar alguns poucos passos e trilhar um novo; porque o tempo permite... é contínuo, e não para.

Sérgio Ventura.



Ansiedades!

"Não se preocupe se o tempo está passando rápido, preocupe-se em aproveitar os minutos, sem ansiedade, pois saiba que o tempo não para, não se ganha, nem se perde."

Sérgio Ventura.