Quem és tu que desafias a minha consciência? Conheço-te há tanto tempo, é certo, que tenho te provido todas as necessidades. Por que não paras um pouco e me deixas aproveitar o que tenho agora comigo? Quando me pedes algo, te alimento, quando te alimento não te satisfazes. Já agora me vejo com tantos outros pedidos, de tantos que ficam na fila a espera para serem atendidos. Mas este! Não te posso cumprir. Não me faz necessário. Tudo bem! Sei que não precisa ser necessário, apenas intuitivo quando incontrolável. Vens de mansinho como quem não quer coisa alguma que já me repulsa a tua obrigação. Ah! Sim. Vens fazer-me bem. O bem que me queres fazer poderá fazer mal a outrem. Pois bem que entendo que tens obrigação para comigo, os outros que se danem. Mas eu tenho obrigações com o próximo e te atender vai desatender o próximo, nesse caso. É cruel, mas muitas vezes preciso descuidar um pouco de ti para não desequilibrar a minha balança. Sabes que fazes tão bem quanto mal a sociedade. Mas não vamos entrar nesses detalhes. Hoje me pedes que te faça feliz, hipoteticamente. Mas se te faço feliz faço infeliz a alguém. Se te ponho num lado, noutro tiro. Uma via de mão dupla. O que me dizes?!... Santa paciência. Peno que não te possa realizar, pois a tua concorrente já se adiantou. És um de muitos filhos. Tua mãe é parideira nata. Um a cada instante, dos mais diferentes tipos. Não dá. Quem és tu afinal? Como? Ah! Entendi. És aquele que necessita ser saciado, és o desejo. Santo desejo!
Sendo vento, passamos rápido. Sendo mineral, nos tornamos rocha. Sejamos um e outro. Aquele lapidando, esse lapidado.
13 de jun. de 2009
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confuso.... como vc!
ResponderExcluirNada de confusão, apenas recriei uma disputa interna sobre a infidelidade, causada pelo desejo concupiscente.
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