Tenho medo de ser traído, de ter feito a escolha errada, de ter comprometido o meu futuro. Tenho medo de não me superar, de não evoluir, de não ser ideal, real. Medo de não ser visto, sentido, respeitado, admirado, elogiado, amado. Tenho medo de não me ver adulto, filho, pai, irmão, marido e amigo. Tenho medo das pessoas, do que pensam, vêem, sentem, respiram ou inspiram. Tenho medo do manto de cegueira que cobre o céu, os amigos, o mundo. Medo do escuro, da claridade, da chuva, do vento, porque o primeiro cega e o segundo também cega, e o terceiro molha e desfaz os meus desejos que se constroem no lodo e o quarto porque esvai as minhas esperanças. Tenho medo de sentir medo, de sentir alegria, de sentir esperança, de sentir você. Se tudo se exclui, se tudo se transforma, se tudo se inova, por que continuo sentindo que nada muda? Tenho medo da razão que não me ajuda a superar os traumas da minha consciência, tenho medo da ignorância por não me alertar das peripécias de minha mente. Tenho medo de ser eu porque não posso ser outro, e medo de me ver nos teus olhos quando o que eu mais quero é apreciar tua ires. Quero ser você por me fazer bem; e ser o bem que esperas. Quero aparecer, mas não existo, quero existir, mas não apareço, por que sinto medo do medo de ser.
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