Se eu tenho medo de te perder, significa que já estou te perdendo, pois a minha insegurança reflete o que você demonstra. Hoje você entrou no MSN e não falou comigo, ficou offline, talvez não quisesse que eu te visse, talvez não quisesse falar comigo. Se você evita falar comigo, seu melhor amigo – suas palavras –, significa que algo não esta indo bem. Estou com ciúmes, pois monitorei o seu Orkut, pra saber que mensagens você receberia ou quem você adicionaria. Notei que estavas online sempre, notei que adicionaste duas pessoas, notei que estás procurando novas fontes de renovação. O seu espaço está se abrindo e estão surgindo novas amizades. Não sei se a minha curiosidade está ligada ao ciúme ou apenas à minha certeza sobre os seus passos. Como tenho dito, as mulheres são muito previsíveis em tudo o que fazem ou dizem. Por isso mesmo estou me desfazendo das minhas emoções. São muito valiosas para serem desperdiçadas com frivolidades.
Sendo vento, passamos rápido. Sendo mineral, nos tornamos rocha. Sejamos um e outro. Aquele lapidando, esse lapidado.
1 de mar. de 2010
Espelho meu!
Tem um quê de mentira. Toda vez que a ouço, tento interceptar algo que me faça odiá-la, desmerecê-la. Sei que o motivo de tanta afeição diminui meu julgamento. Deixo-me iludir para passar os dias, mais feliz. Sorvo, na emoção dos sentidos, da paixão, do medo, um comportamento conformado. Insincero, confirmo, mas dia após dia, desgastado pelo sumiço da paixão, doce paixão de outrora que hoje aparece como uma estrela em estágio final, permito-me merecer o melhor que possa existir e assim continuar a desfrutar dos vícios e da beleza da paixão. Recordando e recuperando, a espanto de meu ego, a imagem no espelho, refletindo-me com sinuosidade o espectro, hoje tão dessemelhante. Quase não distingo se é a mesma imagem a quem jurei eterno amor. Se fosse verdade estaria selada em meu sonho por que a realidade me jura de pés juntos: aquela imagem é o meu futuro.
23 de fev. de 2010
Qual a melhor forma de driblar a vida quando se mostra cruel?
Desembarquei. Estava meio confuso, pois havia oito anos que não pisava nesta terra. Minha terra, amada pátria. Já no aeroporto o ambiente tinha outra tonalidade, como num filme antigo, talvez dos anos oitenta, a cor, o design, até mesmo as pessoas, era tudo diferente. As vezes o diferente pode ser assustador. Mas não me deixei intimidar. Tinha a oportunidade de reconhecer na terra os meus traços, rever ruas por onde havia andado e, acima de tudo, rever minha família. Avistei meu primo que me prometera buscar e acompanhar-me à casa. Estava muito diferente, juro que não o reconheceria se não trouxesse a placa indicativa com meu nome. Mesmo ele não me reconheceria. Ambos havíamos mudado. Culpa do tempo que não para. Não trazia muita bagagem, apenas uma mochila com um notebook e alguns documentos importantes, entre eles meu diploma e uma pequena mala com quatro jeans, meia dúzia de blusas e algumas roupas interiores. Não pretendia ficar muito tempo. À caminho de casa, vendo aquela paisagem pouco alterada com passar do tempo, o que contradizia todas as notícias que lera sobre a reconstrução do país, eu e meu primo conversamos sobre as diferenças entre as coisas do Rio de Janeiro e Luanda, minha cidade natal. Eram tantas as diferenças que chegamos a casa antes da metade do diálogo, o que fez com que continuássemos em outra ocasião. Entrando, já encostada à porta e, dentro minha mãe esperando ansiosíssima. Foram pulos de alegria, choros de felicidade, o melhor momento que tanto esperei. Minha mãe não parava de me abraçar, de me beijar, de pedir graças a Deus, por ter trazido o seu caçula e agora “ultigénito”, às suas mãos, são e salvo. Fiquei muito emocionado com toda a situação, minha mãe e outros membros da família tão importantes também.
Amizades Paralelas
O tempo é algo mágico, nos mostra o melhor de nós mesmos e nos permite transitar pelas melhores estações da vida. Raros momentos, os bons de verdade que reconhecemos os melhores, ao lado da pessoa amada. Queria reconhecer na sua natureza o meu ambiente natural. Mas meu mapa se perdeu e, com ele, destruiu minhas esperanças!
23 de jan. de 2010
Saudades
Sinto falta... Sinto falta do teu corpo moreno, do seu jeito simpático, de suas manias, do seu olhar brilhante, seu sorriso perfeito, seu cabelo molhado após sair do banho. Sinto falta de sua sabedoria, o motivo real porque me apaixonei, o motivo real de ser quem sou hoje. Sinto falta de suas canções MPB, do seu jeito de me compreender, do teu jeito de me envolver. Sinto falta de quando todos os meus “nãos” significavam sim, de nossos domingos de filmes alugados, de nossas noites no shopping e nossas idas à lapa. Sinto falta de nossos passeios românticos. Sinto falta de quando você suportava o meu mau-humor. Sinto falta de seus carinhos, seus abraços, seus beijos molhados. De você me ajudando a fazer minhas tarefas domésticas, não por que você as fazia, mas por que era minha maior companhia. Sinto falta de seus pequenos ciúmes, mesmo que você não os demonstrasse. Sinto falta do seu jeito de agradar a todos. De nossas conversar construtivas e das não construtivas também. Sinto até falta de algumas discussões, por que no final sempre fazíamos as pazes com muito amor. Sinto falta de quando você me dizia que eu era inteligente – ainda acho que você é a única pessoa a achar isso –. Sinto falta de seus cuidados quando ficava doente. Sinto falta de seus presentes, não necessariamente a falta deles, mas do carinho com que você os dava. Sinto falta do seu jeito único de dançar, – eu sempre gostei –. Sinto falta de quando você reparava em mim, isso era único! Sinto falta do eu te amo, do nosso amor. Sinto falta de você!