28 de mai. de 2010

Sentido da vida na morte consciente

Mata-me o remorso dos amores do passado que muita importância tiveram em minha curta vida. Hoje, defunto enterrado, remoo no passado as glórias vividas, o entusiasmo dos vícios da juventude, da fidelidade das paixões, do compromisso com o outro. Minha santa vida em seus santos dias que distorceu a realidade de muitas mentes e causou bastante turbulência que, mesmo neste momento, vibram, à sete palmos, o meu desprezível caixão. Realidade do mundo e dos indivíduos que ao redor davam o sentido majestoso do bem viver; agora, vazios e nulos, neste mundo das profundezas. Os amores trataram-me por amigo, amante, conselheiro; divino. E eu a eles como tudo o que de mais sagrado se pôde ter. Os vícios se confundem em malefícios, mas não o são com certeza, o leitor os perceberá induzidamente como virtudes dos erros e acertos. O tom natural da vida… “fazendo merda, aduba-se a vida”; dela, a vida, não sou mais, mas no terreno revolto e seco perduro nas minhas lembranças, constantes e desconfortáveis, de vida e morte, da natureza sã que a sandice transformou nas palavras medíocres de uma lembrança amiga “O sentido da vida é nascer, crescer e morrer”.

Sérgio Ventura

Ao meu amor, um período dedicado:

“Não se me esgotam as esperanças de te ter. tenho plena consciência dos meus actos e vale ressaltar que são-no, apenas, reflexo do teu comportamento. Fico muito feliz, e até mesmo supreso, pela tua súbita recuperação e renovação do sentimento de amor, por mim, hoje muito bem visível; gostaria de tê-lo sentido mais quando estavamos juntos. Não quero que faças nada contrário aos teus sentimentos, digo-te de antemão que, mesmo estando longe, continuo pensando muito em ti, e é justamente este desejo maluco que me move, e me alimenta, e me fortalece aqui, neste lado do continente. Fico tentando não perder foco e confesso-te ser até difícil diante de tantas atrações, mas permaneço incólume no sentimento, no coração, no planejamento de nossas vidas. O tempo, caótico em si, já explorado em outro texto, “é algo mágico, nos mostra o melhor de nós mesmos e nos permite transitar pelas melhores estações da vida. Raros momentos, os bons de verdade (…), ao lado da pessoa amada.” Assim é o nosso tempo, deu-nos muito de nós mesmos, explorou-nos as virtudes e os vícios do amor e recusa-se agora a perder o muito e o pouco que foi construído. Disse-me o coração, numa época passada, “Quero que o futuro seja o presente continuado. Para que esperar pelo que se apresenta pronto? Meu presente serias, de todas as manhãs, caso me ousasse o presente ter-te aos meus braços…” Mal sabia eu do que estava falando… mas “o destino tem dessas coisas”!... Por tudo o que ganhei, nada perdi. Do amor… tudo ou nada; tu, no meu coração! Te amo!!!”

Sérgio Ventura

1 de mar. de 2010

Inocentes Pecados

Composição: Marcello Dornelles / Lucas Serafim

O velho blues torna a alma cedente
Do céu vem a luz da lua crescente
O brilho reluz os cabelos cacheados
Sua alma seduz com inocentes pecados

Sua voz ao falar é algo intocável
O seu andar tão belo e admirável
A meiga menina com sua voz tão doce
Beijos não destina a quem quer que fosse

Talvez nem a bossa nova de Tom
Esqueça essa moça e o que traz de bom

O velho blues torna a alma cedente
Do céu vem a luz da lua crescente
O brilho reluz os cabelos cacheados
Sua alma seduz com inocentes pecados

Na estrofe não coube a sua poesia
Só mesmo Vinícius soube o que dizia
Seus lábios trazem um mel tão sagrado
Que os sábios disseram ser demasiado