Mata-me o remorso dos amores do passado que muita importância tiveram em minha curta vida. Hoje, defunto enterrado, remoo no passado as glórias vividas, o entusiasmo dos vícios da juventude, da fidelidade das paixões, do compromisso com o outro. Minha santa vida em seus santos dias que distorceu a realidade de muitas mentes e causou bastante turbulência que, mesmo neste momento, vibram, à sete palmos, o meu desprezível caixão. Realidade do mundo e dos indivíduos que ao redor davam o sentido majestoso do bem viver; agora, vazios e nulos, neste mundo das profundezas. Os amores trataram-me por amigo, amante, conselheiro; divino. E eu a eles como tudo o que de mais sagrado se pôde ter. Os vícios se confundem em malefícios, mas não o são com certeza, o leitor os perceberá induzidamente como virtudes dos erros e acertos. O tom natural da vida… “fazendo merda, aduba-se a vida”; dela, a vida, não sou mais, mas no terreno revolto e seco perduro nas minhas lembranças, constantes e desconfortáveis, de vida e morte, da natureza sã que a sandice transformou nas palavras medíocres de uma lembrança amiga “O sentido da vida é nascer, crescer e morrer”.
Sérgio Ventura
O narrador não tem medo de explorar sua individualidade. Essa se confunde muito com o protagonista, de quem se fala, mas são indivíduos diferentes... confundam-se na leitura os leitores.
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