29 de mai. de 2010

Autor/ Narrador

Caro leitor ou leitora, o acaso de alguma ofensa nos textos disponibilizados não têm essa intensão. Na vida de quem escreve, qualquer argumento é válido para tecer um texto cuja intensão pode ser a de causar reflexão, contradição, incômodo, prazer ou vaidade. A refêrencia pode ser pessoal ou impessoal, observação própria de si ou de outrem; o que não falta são fontes para a composição do texto quando se tem como prerrogativa o ensaio, o exercício, a práctica. Ler é tão difícil quanto escrever, e da mesma forma que se demora para compor um período, pensando-se nas palavras adequadas, na justa posição da escrita, nas referências argumentativas, assim o é com a leitura. Todas as palavras precisam ser lidas e traduzidas, contextualizadas e descontextualizadas. Deve-se-lhes inferir as hipóteses interpretativas e não esquecer da hemenéutica, “do verbo grego "hermēneuein" que significa "declarar", "anunciar", "interpretar", "esclarecer" e, por último, "traduzir". Significa que alguma coisa é "tornada compreensível" ou "levada à compreensão”. – Caro leitor, obrigado pela participação no “blog”, mas os textos têm apenas a intensão de participar uma visão simples e descontinuada sobre relacionamentos e frustrações do cotidiano, novidades da ciência e novidades sobre o comportamento da “psiquê”. Portanto, por quaisquer outros motivos, desvencilhe-se a relação autor-narrador. Ter a mente aberta é um dom natural proporcionado pelo gene “homo sapiens”. A mente aberta permite uma visão apurada dos factos, permite analisar sob diferentes ângulos as linhas sinuosas da vida, permite compreender de forma justa; julgar imparcialmente.

Sérgio Ventura

"Eu" como testemunha

("I" as witness)

Seguindo na classificação de Friedman, o narrador-testemunha dá um passo adiante rumo à apresentação do narrado sem a mediação ostensiva de uma voz exterior.

Ele narra em 1.a pessoa, mas é um "eu" já interno à narrativa, que vive os acontecimentos aí descritos como personagem secundária que pode observar, desde dentro, os acontecimentos, e, portanto, dá-los ao leitor de modo mais direto, mais verossímil. Testemunha, não é à toa esse nome: apela-se para o testemunho de alguém, quando se está em busca da verdade ou querendo fazer algo parecer como tal.

No caso do "eu" como testemunha, o ângulo de visão é, necessariamente, mais limitado. Como personagem secundária, ele narra da periferia dos acontecimentos, não consegue saber o que se passa na cabeça dos outros, apenas pode inferir, lançar hipóteses, servindo-se também de informações, de coisas que viu ou ouviu, e, até mesmo, de cartas ou outros documentos secretos que tenham ido cair em suas mãos. Quanto à distância em que o leitor é colocado, pode ser próxima ou remota, ou ambas, porque esse narrador tanto sintetiza a narrativa, quanto a apresenta em cenas. Neste caso, sempre como ele as vê.

P.S.: É preciso separar Autor de Narrador e esse de personagem, são pessoas diferentes com histórias diferentes.

 

Ref.:  LEITE, Ligia Chiappini Moraes . O foco narrativo: a polêmica em torno da ilusão. São Paulo: Ática, (S/D).pp. 37-38.

Sérgio Ventura

28 de mai. de 2010

No século da pressa se come cru!

As jovens de hoje trazem em sua bagagem um perfil deveras contrastante com o do século passado. Já se sabe que a globalização acelerou bastante o processo de comunicação, – tanto é – , que vê-se o homem (incluindo-se a mulher também) como ser multifuncional, um faz-tudo em tempo real. Mas quando se trata de relacionamentos, o que deveria ser diferente, acaba, justamente, sincronizado e adequado à essa tendência “speed like World Wide Web”, rápida e de fácil localização na fonte dos desejos saciados como no “Google pesquisa” ou em qualquer esquina da cidade. Nos relacionamentos do século atual, XXI, acontece, sem pudor e/ou mesura do léxico, o seguinte desenlaçe nas mulheres, jovens e meninas, para o aumento da rede interpessoal, hoje producto do “homo sapiens carere”: As jovens acham que podem se envolver com qualquer bonitão que aparece às vistas e, devido a um superficialismo corrente, tendem a experimentar tudo de forma tão crua, rápida e passageira, como o ditado “quem tem pressa come cru” Elas não dão mais oportunidade à exploração do “ego” e do “tu”, pulam sem pudor do “oi tudo bem, quem é você?”, para o “oi, você é muito lindo, quero transar contigo… mostre-me do que você é capaz… o que você tem, delícia de gato…”. – Ah! Que moderno!!! Nessa pressa, acaba-se por não degustar; o paladar deixa de ser treinado, estimulado e, como consequência, azeda rápido e torna-se indigesta, a delícia de refeição. Quando se refere à informações cruas do “Google”, tem-se pautado que uma pesquisa acurada produz melhores resultados do que uma “colinha” do resultado da primeira página de pesquisa da “web”, por esse motivo, todas as meninas inclusas nesse perfil, acabam se tornando incapazes de manter um relacionamento adequado e duradouro.

Sentido da vida na morte consciente

Mata-me o remorso dos amores do passado que muita importância tiveram em minha curta vida. Hoje, defunto enterrado, remoo no passado as glórias vividas, o entusiasmo dos vícios da juventude, da fidelidade das paixões, do compromisso com o outro. Minha santa vida em seus santos dias que distorceu a realidade de muitas mentes e causou bastante turbulência que, mesmo neste momento, vibram, à sete palmos, o meu desprezível caixão. Realidade do mundo e dos indivíduos que ao redor davam o sentido majestoso do bem viver; agora, vazios e nulos, neste mundo das profundezas. Os amores trataram-me por amigo, amante, conselheiro; divino. E eu a eles como tudo o que de mais sagrado se pôde ter. Os vícios se confundem em malefícios, mas não o são com certeza, o leitor os perceberá induzidamente como virtudes dos erros e acertos. O tom natural da vida… “fazendo merda, aduba-se a vida”; dela, a vida, não sou mais, mas no terreno revolto e seco perduro nas minhas lembranças, constantes e desconfortáveis, de vida e morte, da natureza sã que a sandice transformou nas palavras medíocres de uma lembrança amiga “O sentido da vida é nascer, crescer e morrer”.

Sérgio Ventura

Ao meu amor, um período dedicado:

“Não se me esgotam as esperanças de te ter. tenho plena consciência dos meus actos e vale ressaltar que são-no, apenas, reflexo do teu comportamento. Fico muito feliz, e até mesmo supreso, pela tua súbita recuperação e renovação do sentimento de amor, por mim, hoje muito bem visível; gostaria de tê-lo sentido mais quando estavamos juntos. Não quero que faças nada contrário aos teus sentimentos, digo-te de antemão que, mesmo estando longe, continuo pensando muito em ti, e é justamente este desejo maluco que me move, e me alimenta, e me fortalece aqui, neste lado do continente. Fico tentando não perder foco e confesso-te ser até difícil diante de tantas atrações, mas permaneço incólume no sentimento, no coração, no planejamento de nossas vidas. O tempo, caótico em si, já explorado em outro texto, “é algo mágico, nos mostra o melhor de nós mesmos e nos permite transitar pelas melhores estações da vida. Raros momentos, os bons de verdade (…), ao lado da pessoa amada.” Assim é o nosso tempo, deu-nos muito de nós mesmos, explorou-nos as virtudes e os vícios do amor e recusa-se agora a perder o muito e o pouco que foi construído. Disse-me o coração, numa época passada, “Quero que o futuro seja o presente continuado. Para que esperar pelo que se apresenta pronto? Meu presente serias, de todas as manhãs, caso me ousasse o presente ter-te aos meus braços…” Mal sabia eu do que estava falando… mas “o destino tem dessas coisas”!... Por tudo o que ganhei, nada perdi. Do amor… tudo ou nada; tu, no meu coração! Te amo!!!”

Sérgio Ventura